Política Titulo Com Caixa
Donisete culpa burocracia por demora no acordo com Caixa

Renegociação foi fechada em março, mas Paço de Mauá até agora não assinou contrato com União

Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
07/01/2014 | 07:54
Compartilhar notícia
Nario Barbosa/DGABC


O prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), disse que a burocracia encontrada no Judiciário está prejudicando a assinatura da repactuação da dívida bilionária entre o município e a Caixa Econômica Federal. O chefe do Executivo citou como um dos empecilhos os atestados do TCE (Tribunal de Contas do Estado) solicitados pela União.

O acordo foi fechado em março de 2013, mas até agora não foi assinado. “(O TCE) Demora muito para dar parecer sobre as nossas contas. Hoje o tribunal está pautando as contas de 2011 ainda (quando o prefeito era Oswaldo Dias, PT). As minhas contas serão pautadas daqui a dois ou até três anos”, disse.

O Tesouro solicitou a comprovação de que o governo está conseguindo investir 25% do Orçamento na Educação e 15% na Saúde, conforme determina o artigo 212 da Constituição. O prefeito destacou que, sem o atestado do TCE, a questão da dívida fica emperrada.

“Como a Justiça (Federal) e o Tesouro saberiam se investi ou não. Esse tema é igual pensão alimentícia. Se não pagar pensão, está preso. Se não aplicar, fica inelegível. Temos regras e limites”, analisou o prefeito.

A punição para prefeitos que não cumprem os percentuais é a rejeição das contas do exercício. Após parecer do tribunal, a Câmara deve aprovar ou rejeitar a indicação. Se os vereadores rechaçarem os gastos, o prefeito fica inelegível, conforme previsto na Lei de Inelegibilidade (Lei Complementar 64/1990), modificada pela Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010).

O Tesouro quer garantias de que o acordo feito para a renegociação da dívida conseguirá ser pago pelo Paço sem prejudicar a legislação. As bases acertadas preveem o pagamento da pendência ao longo de 20 anos com a retenção progressiva do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). O percentual inicial será de 45%.

Mauá tem direito a receber cerca de R$ 4 milhões por mês provenientes do fundo. O reajuste praticado será de 6% por ano somado à TR (Taxa Referencial, que é de 0,5% ao ano, em média).

HISTÓRICO
A dívida originou-se durante a administração do então prefeito Amaury Fioravanti (1989 a 1992), que resolveu buscar financiamento para canalização dos córregos Corumbé e Bocaina e Rio Tamanduateí. Na época, o empréstimo foi de 13,7 bilhões de cruzeiros (cerca de US$ 49 milhões).

Com a falta de pagamento no decorrer dos anos, os juros da dívida foram crescendo – estima-se algo em torno de R$ 200 milhões ao ano – e não tinha previsão de encerramento por conta da alta taxa cobrada.

Na renegociação feita em março, a equipe técnica da Caixa calculou a pendência em R$ 3 bilhões. O montante foi reajustado com base na taxa Selic, o que reduziu o débito para R$ 469 milhões.
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;