Palavra do Leitor Titulo Artigo
O tapetão e o futebol

Assim como na legislação brasileira, o futebol possui inúmeros recursos e brechas na lei que vão contra o mais importante princípio do futebol

Do Diário do Grande ABC
28/12/2013 | 09:20
Compartilhar notícia


Artigo

Assim como na legislação brasileira, o futebol possui inúmeros recursos e brechas na lei que vão contra o mais importante princípio do futebol: ganhar o jogo dentro de campo. Essa simples regra de extrema importância para a torcida, para o caráter e para o futuro do futebol brasileiro parece que não é relevante para quem comanda o esporte.

No futebol, a cartolagem encontra na falta de jurisprudência, na desorganização e nas idiossincrasias dos julgamentos esportivos maneiras de reverter sanções e punições, de ganhar pontos e maquiar os resultados da sua própria incompetência. Qualquer paralelo que o leitor faça entre o Judiciário e o Congresso não será mera coincidência.

O tapetão (quando um time perde em campo, mas quer ganhar na Justiça), que assombrou anos e anos o futebol do Brasil, está cada vez mais presente após o fim do Clube dos 13, que, apesar de suas limitações, era a única plataforma de debate entre os protagonistas do futebol. E, agora, de novo, ocorreu mais um capítulo: o Fluminense, do Rio de Janeiro, escapou mais uma vez do rebaixamento e não por mérito dos jogadores, mas por bom trabalho dos advogados.

Mas não seria a primeira vez que o time das Laranjeiras utilizaria da ineficiência e desordem das leis e dos administradores do futebol brasileiro para reverter situação desfavorável. Em 1996, o Tricolor carioca foi rebaixado e após manobra da diretoria, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) alegou problemas de arbitragem e manteve o Fluminense na Primeira Divisão. Já no ano 2000, quando o Fluminense, rebaixado para a Série C, ao invés de disputar a Série B, participou da Copa João Havelange, ou seja, pulou e Série B. Mas as manobras da cartolagem brasileira não são exclusividades dos times cariocas. Os escândalos e regras da CBF já prejudicaram e beneficiaram muitos clubes.

Nada representa melhor o Brasil do que o futebol, não apenas em glamour e excelência, mas também nas mazelas e desigualdades. O raciocínio orwelliano se aplica como uma luva nessa demanda entre o aristocrático e influente Fluminense e a provinciana Lusa; todos são iguais perante a lei, mas alguns são mais iguais que os outros...

Às vésperas da Copa do Mundo, a imagem do Brasil está deteriorada com os incidentes em Joinville e na Arena Corinthians, atrasos nas entregas do estádio e nas obras de acessibilidade. A volta do tapetão contribuirá ainda mais para enterrar o pouco de esperança que ainda há na gestão do futebol brasileiro.

Eduardo Negrão é consultor político.

Palavra do leitor

Boas-Festas
O Diário recebe e retribui votos de Boas-Festas a HDI Brasil; Satélite de Ideias; Luís Delcides R. Silva; MS2 Comunicação Integrada; CVV Comunidade SP; Flying Feet Palmilhas; Lucia Paes de Barros Assessoria de Comunicação; WR Modelos; Willian Roggles; Helena Augusta Assessoria de Comunicação; ITE Tecnologia; Selma Moreno; Ruben J. Moreira; Deta Moreira; Edson Rodrigues; Projeto Água Marinha; Denise Perin; Braskem; Thais Romar Mineli Rodrigues; MPF Comunicação; Patrícia Fernandes; Tom Custódio da Luz; Boischio Comunicação; Adriana Boischio; Antonio Montano; Instituto A Casa do Jardim; Kátia Carvalho; Methodus Treinamento; Mauricio Sergent; Roberto Canavezzi.

Bizarro
Sabemos que, já há muito, nossa TV aberta respira, com raríssimas exceções, grade de programinhas alicerçada no mais puro e vil sensacionalismo. E isso para um País com o grau de Educação na UTI da precariedade moral. Porém, tem um em especial que serve única e exclusivamente para destruir relacionamentos, trabalhos e inclusive famílias. Nele, incautos são convidados pela produção para ir à frente das câmeras para revelar segredos íntimos, com objetivo de alimentar os índices de ibope cúmplice dessa bizarrice que chega às raias do desumano. E isso tudo por causa de audiência macabra. Seria interessante que nosso Ministério das Comunicações fizesse aquilo que seu ministro fora constituído para fazer como gestor da Pasta: oferecer à população carente o mínimo de dignidade.
Cecél Garcia
Santo André

Certo do jeito errado
Paixões à parte, vimos o PT chegar ao poder federal e também em outros níveis. Não há como se colocar contra transferência de renda (Bolsa Família), redução da taxa de juros, da tarifa de energia ou mesmo contra as faixas exclusivas de ônibus. Tudo certo, se fosse feito do jeito certo e pelos motivos certos. Porém, esse não é o caso. O PT turbinou o Bolsa Escola, unificou outros programas e criou o Bolsa Família (após o fracasso do Fome Zero). Exigiu muito pouca ou nenhuma contrapartida. Deu o peixe, sem dar a vara e ensinar a pescar. Os juros, se fosse tão fácil baixá-los, alguém (inclusive o Lula) já o teria feito. Sem planejamento, somente usando a caneta (e pressão sobre o Banco Central), baixou rapidamente a Selic, chegando próximo a 7%, contudo, gerou forte pressão inflacionária e agora está precisando elevar novamente talvez ao ponto de onde a tirou. Já a tarifa de energia também foi baixada na ‘marra’, gerando enorme deficit a ser coberto pelo Tesouro. Espero que a população brasileira, neste fim de ano, reflita melhor em quem votar.
Alberto Carneiro de Araujo
São Caetano

Rebaixada
Depois dos 5 x 0 na primeira instância e dos 8 x 0 no pleno do STJD ainda vão continuar achando que foi virada de mesa promovida pelo Fluminense, ou vão chegar à conclusão óbvia de que esse lamentável rebaixamento da Portuguesa para a Segundona foi culpa exclusiva da incompetência do próprio clube e que foi apenas cumprido o que está determinado no regulamento do campeonato, aprovado e assinado por todos, inclusive pela Portuguesa?
Ronaldo Gomes Ferraz
Rio de Janeiro

Pibinho
No fim de ano todos analisam, fazem retrospectivas e nós, os menos inteligentes, temos de perguntar ao Mantega, usando termo do Lula: por que esse ‘pibinho’? Com tantas desonerações do IPI,mágicas nos números, invenções no Orçamento, ainda assim ficamos abaixo de todos os emergentes? E o pior é que 2014 não promete ser muito melhor! Ou seja, no Brasil nada está tão ruim que não possa piorar.
Mustafa Baruki
Capital

Exposição
A presidente Dilma Rousseff planeja usar a reforma ministerial em estudos no governo para ampliar sua exposição no rádio e na televisão na campanha do ano que vem, quando disputará a reeleição. Esse é o jeito PT de comprar a tudo e a todos. E ainda tem falcão dito pardal que quer negar o Mensalão? Por favor, se enxerguem e se toquem!
Asdrubal Gobenati
Rio de Janeiro
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;