Com as férias adiadas, os vereadores de São Bernardo retornam à Câmara hoje para votar os projetos polêmicos encaminhados pelo prefeito Luiz Marinho (PT). A fila será puxada pela proposta de terceirização do Complexo Vera Cruz, cujo gerenciamento seria cedido à iniciativa privada por até 30 anos.

O perdão de dívida da CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) com o município, a instituição de taxa de fiscalização e instalação de equipamentos urbanos e alienação de bens móveis do município integram a pauta, que será complementada por projetos e requerimentos dos vereadores.

A votação da concessão do Complexo Vera Cruz demandará trabalho extra à bancada situacionista. O texto foi adiado por duas sessões na semana passada e, por isso, o presidente da Câmara, Tião Mateus (PT), precisará convocar sessão extraordinária para que o item seja avalizado hoje.

A oposição critica o período de 30 anos para exploração do antigo polo cinematográfico e promete apresentar emendas à propositura. O vereador Pery Cartola (Solidariedade) apontou indícios de direcionamento no certame que definirá a empresa que administrará o espaço de 44,3 mil metros quadrados.

Oposicionistas também contestarão o perdão da dívida da CDHU com o município. A despeito de Marinho alegar que o projeto vai beneficiar mutuários do programa estadual, parlamentares contrários à gestão alegam que a benesse acolherá também empreiteiras, pois haverá isenção de impostos.

Nas contas da oposição, R$ 10 milhões de passivo dos mutuários serão contemplados com a proposta, mas haverá anistia de outros R$ 35,7 milhões referentes a impostos que as construtoras teriam de pagar à cidade, além de juros e multa.