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Foi editado, diz Marinho sobre vídeo com críticas a professores

Prefeito de S.Bernardo se irritou ao falar de discurso em que avalia que opositores têm confusão mental

Cynthia Tavares
Do Diário do Grande ABC
18/12/2013 | 07:42
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Nario Barbosa/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), afirmou que foi editado o vídeo no qual aparece atacando opositores ao Estatuto do Magistério, apesar de o material não apresentar evidências de corte ou modificações na gravação.

Disponibilizado na internet, o vídeo possui 30 minutos e mostra discurso ácido do chefe do Executivo durante evento de sanção do estatuto, ocorrido na quinta-feira, no Cenforpe (Centro de Formação dos Professores).

Entre diversos ataques ao grupo contrário às mudanças na rede de ensino promovidas pelo governo petista, Marinho disse que opositores ao projeto “têm confusão mental.”

A hostilidade foi o tom do discurso do prefeito. “Meus amigos, baixem a bola, sentem e escutem. Se comportem como educadores que de fato vocês devem ser”, declarou, ao ser vaiado pela plateia. Não satisfeito, alertou “estar de olho em eventuais irresponsabilidades que possam ocorrer na rede”. “Saibam disso”, completou, de maneira intimidadora.

Ao ser questionado pela equipe do Diário sobre o vídeo, o prefeito disparou. “Não vou discutir um vídeo editado”, sem apresentar provas da acusação ou justificar afirmações durante ato no Cenforpe.

Apesar das duras críticas e descontentamento da classe, o comandante do Paço avaliou que não existe crise. “O estatuto está aprovado, publicado e as pessoas estão recebendo o impacto. Está tudo certo.”

O texto foi referendado pela Câmara no dia 26, sob forte esquema de vigilância, já que uma semana antes houve invasão do plenário por parte de professores que contestavam a proposta. Entre os pontos controversos está o fim de concurso público para cargos de direção na rede, vagas que serão agora ocupadas por servidores apadrinhados.

O vereador Julinho Fuzari (PPS) prometeu que a bancada irá encaminhar o vídeo ao Ministério Público. “O prefeito deveria vir a público e se desculpar com a população, pois ele nos colocou numa situação vexatória.”

O Legislativo foi citado pelo prefeito na atividade, pois Marinho jogou a responsabilidade da aprovação do estatuto nas costas dos vereadores governistas. “Não fui eu quem votou (a regra), foi o Parlamento, eu só propus.”

Julinho ironizou as afirmações de Marinho sobre a Câmara. “Isso é para os aliados verem quem estão apoiando. Quando a coisa aperta, a culpa é do Legislativo”.

O presidente da Casa, Tião Mateus (PT), não demonstrou incômodo com a fala do prefeito. Ontem, o petista defendeu as alterações na rede educacional. “Somos parceiros do Executivo e votaremos os projetos necessários, como votamos o Estatuto para que nossa Educação tenha mais perspectiva”, esbravejou, arrancando aplausos da plateia composta por funcionários comissionados.
 




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