Economia Titulo Riquezas
PIB tem retração de R$ 2,6 bilhões em 2011

Indústria do Grande ABC contribui para o resultado inferior, com recuo de 8,1% ante 2010

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
18/12/2013 | 07:00
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Arquivo/DGABC


 A produção de riquezas no Grande ABC em 2011 foi R$ 2,6 bilhões menor do que em 2010, encerrando o ano com R$ 87,69 bilhões. Dentre os catalisadores para esse recuo se destaca a indústria. Sozinho, o setor diminuiu o valor adicionado à economia em R$ 2,5 bilhões. Desta maneira, o PIB (Produto Interno Bruto) da região apresentou queda real (já descontada a inflação) de 2,92%.

Em 2010, a soma da geração de riquezas dos sete municípios foi de R$ 90,33 bilhões, resultado 12,7% maior do que em 2009.

As informações foram divulgadas ontem pela Fundação Seade, que publicou os resultados dos PIB dos municípios paulistas. Os valores e variações citados estão a preços de 2011. Todos estão corrigidos monetariamente pelo IPCA-SP (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – Grande São Paulo).

O Seade calcula a geração de riquezas por meio de cálculos sobre a arrecadação de tributos e apresenta os valores adicionados por cada setor.

Com presença relevante no Grande ABC, a indústria teve queda real da ordem de 8,1%. Acumulou a geração de R$ 28,60 bilhões em 2011. No ano anterior, havia sido R$ 31,12 bilhões.

Com baixa representatividade, o setor agropecuário diminuiu 9,79%, com R$ 8,48 milhões de valor adicionado. Já os segmentos de comércio e serviços tiveram acréscimo de R$ 42,67 bilhões, 0,68% a menos do que em 2010. A administração pública, por sua vez, gerou R$ 6,31 bilhões, 0,07% menos em relação ao ano anterior.

 

VALOR - A professora de Economia e coordenadora do curso de Ciências Contábeis da FSA (Fundação Santo André), Verenice Garcia, destacou que é impossível negar a representatividade da indústria quando o assunto é crescimento econômico para a região. “Embora haja uma mudança de perfil, em que a participação dos serviços e do comércio está se ampliando, a indústria é muito forte, principalmente a automobilística”, destacou.

Delegado para o Grande ABC do Corecon (Conselho Regional de Economia), Leonel Tinoco, que também ministra aulas de Economia na FSA e na USCS (Universidade Municipal de São Caetano), pontua ainda que a indústria tem um fator multiplicador de impacto. Ele explicou que vários serviços são dependentes, tendo em vista que, se o setor industrial não vai bem, não demandará o trabalho de companhias, por exemplo, de análises, engenharia, assessorias jurídicas e outras prestadoras que vão gerar mais riquezas.

Professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo e também coordenador do Observatório Econômico da instituição de ensino, Sandro Maskio diz que o resultado reforça o que o iABC (Indicador de Comportamento do PIB do Grande ABC) apontou para 2011, com projeção de decréscimo de 1,3%.

“O iABC não tem como objetivo ser exato. Mas, sim, indicar o caminho que a economia vai tomar para que os agentes façam os planejamentos e análises”, observou.

No início do mês, o Diário publicou a estimativa do PIB para 2012, elaborada pelo observatório, de queda de 5,78%. O resultado oficial, no entanto só sairá em 2014.

SETORES - Tendo em vista que, de todo o valor adicionado ao PIB na região em 2011, de R$ 71,28 bilhões (o restante, para completar os R$ 87,69 bilhões, é de impostos), 59,9% são de responsabilidade dos setores de serviços e comércio, a indústria ainda era dona de 40,1% do total.

Por outro lado, esse percentual também diminuiu. Em 2010, a participação do ramo industrial no valor adicionado do PIB (que atingiu R$ 74,10 bilhões) era de 42%.




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