Caros leitores, como não poderia ser diferente, compartilho neste espaço minhas primeiras impressões, direto da 9ª Conferência Nacional de Assistência Social.

De início, vale lembrar que é a primeira oportunidade que falo sobre isso neste espaço, depois de quatro anos atuando como integrante e presidente do CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social).

Isso, por si só, faz desta experiência pessoal algo diferente, pois me permite vivenciar cada momento sob uma nova perspectiva.

Cabe começar trazendo alguns dados importantes, visando situar principalmente aqueles que nunca tiveram a oportunidade de estar neste contexto.

Aqui estão 2.800 participantes, dentre delegados, convidados e observadores. É a primeira conferência em que o Estado brasileiro assume o custeio da participação de delegados governamentais e não governamentais, visto que esta era, até 2011, uma prerrogativa apenas para delegados da sociedade civil.

Trata-se de uma conferência ousada, pois o conselho nacional convidou municípios e Estados brasileiros a revisitar e debater subsidiados por suas deliberações consolidadas desde 2005. Assim, poderemos trabalhar nestes dois dias apoiados por uma metodologia madura, que valoriza a ideia de avaliar, para que a partir de então se possa deliberar.

A conferência contou com a presença da presidenta Dilma na mesa de abertura, além de vários ministros, gestores estaduais, municipais, e um representante dos usuários da política.

Com tanta coisa boa, infelizmente alguns pontos negativos também merecem ser destacados, pois acredito que sairemos daqui vencendo tais desafios.

Há que ainda se lamentar a forma com que muitos gestores do MDS (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fom) percebem o papel de entidades socioassistenciais no âmbito do Suas (Sistema Único de Assistência Social). Suas falas comprovam uma realidade marcada por um sistema que infelizmente cresce, penso, pois é totalmente desconsiderada a parte não estatal que tem um papel importante na oferta de serviços, programas e projetos.
A empresa vencedora do pregão eletrônico para realização do evento é, com certeza, o grande destaque negativo de tudo por aqui. Felizmente, tanta incompetência tem sido superada pela excelente equipe técnica do CNAS, capitaneada pela secretária executiva, Maria das Mercês, e pela grande presidente, Luziele Tapajós.

A conferência segue e com certeza voltaremos ao assunto em colunas futuras.

Salve a toda militância do controle social.

* Carlos Ferrari é presidente da Avape (Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência), faz parte da diretoria executiva da ONCB (Organização Nacional de Cegos do Brasil) e é atual integrante do CSN (Conselho Nacional de Saúde).