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Oficinas mecânicas lucram até 50% mais em mês de férias

Pagamento do 13º salário e proximidade com datas festivas
alavancam número de revisões automotivas

Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
07/12/2013 | 07:30
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Marina Brandão/DGABC


Fim de ano, férias escolares e coletivas. Muitos moradores do Grande ABC aproveitam o período para viajar com a família. E é justamente no fim do ano que muitos se lembram de cuidar de seus carros. Não é à toa que tradicionais oficinas mecânicas instaladas na região veem seu fluxo de atendimentos crescer em até 50% entre novembro e dezembro, em comparação com os demais meses do ano. “Infelizmente, a maior parte das pessoas não realiza as revisões no tempo certo, ou seja, aquelas que chamamos de preventivas. Ou deixam tudo para o fim do ano ou só se lembram que possuem um carro quando ele quebra”, diz o diretor da consultoria ADK Automotive, Paulo Roberto Garbossa.

A conta é simples: um veículo gasta entre R$ 200 a R$ 400, em média, se faz revisões a cada seis meses, ou de acordo com o manual do carro. Se isso não é feito, a manutenção corretiva (aquela quando a mecânica do veículo já está prejudicada), o desembolso gira em torno de R$ 600 a R$ 1.000.

“As pessoas só aprendem quando sentem no bolso, infelizmente. Temos um cliente que ficou cerca de três anos sem trocar ou repor o óleo de seu carro. Resultado: teve prejuízo de aproximadamente R$ 23 mil, devido a danos com o motor. Hoje, ele aprendeu a lição e traz periodicamente para que a gente não só troque o óleo, mas verifique tudo. Seu gasto não passa de R$ 200”, afirma o proprietário do Auto Center Jardim, de Santo André, Felipe Romanauscas. O crescimento neste mês é de 20% em comparação com outros meses. “A falta de manutenção preventiva gera a corretiva, muito mais cara”, avalia.

Na unidade da rede Oficina Brasil em São Bernardo, o incremento é maior, chega a 50%. O gerente Adalberto Luz conta que grande parte dos carros que chegam precisa ser alinhada e balanceada, além de fazer troca de óleo e verificar o sistema de freio. “As pessoas acabam gastando R$ 500, dependendo do carro, se é nacional ou importado.” Segundo ele, a manutenção preventiva gera economia de até 30%.

A oficina Base, Funilaria e Pintura, de São Caetano, mantém clientela fiel no fim do ano. “Não tem jeito, as pessoas só gastam quando sobra ‘algum’. O 13º ajuda nessas horas”, diz o funcionário da oficina João Shigematsu. “As pessoas acham que fazer revisão é trocar apenas o óleo”, alerta.

Segundo Garbossa, o que poucos lembram de verificar é o pneu estepe, aquele que vem de reserva. “Se algum (pneu) fura na estrada, onde geralmente as velocidades são maiores, o risco de danificar a roda é grande. No mínimo, a pessoa precisa ter em mãos um cheio para trocar.”

Além do óleo, entram na lista para serem verificados filtro de freio, injeção eletrônica, bateria e sistema elétrico entram. “Correia dentada, freio e bomba de combustível também devem ser checados”, lembra o proprietário do Motorzoom, de Santo André, Carlos Alberto Moraes. Ele explica que, durante o ano, o movimento em sua oficina caiu. “Isso reflete a venda de carros novos, que não possuem tantos problemas. Estamos em uma região de muitas montadoras e concessionárias. Logo, os clientes revisam nessas unidades e as oficinas independentes ficam à mercê de seus clientes.” Mesmo assim, em novembro, Moraes viu seus atendimentos crescerem cerca de 20%.
 




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