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PIB negativo reforça inferno astral do governo
04/12/2013 | 07:56
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O longo inferno astral da equipe econômica, momentaneamente amenizado pelo PIB do segundo trimestre, voltou a se confirmar na terça-feira, 3, com o resultado do terceiro trimestre. Vindo na sequência da confusão armada em torno do reajuste da Petrobras, a divulgação de ontem deve representar mais uma grande dor de cabeça para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e seus auxiliares.

Para Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do Banco Central (BC) e sócio da Mauá Sekular, "a mensagem é que a economia está parada e o investimento, que veio mais forte no primeiro semestre, retroagiu." A Mauá Sekular projeta crescimento de 0,1% no último trimestre, com alta do PIB de 2,15% este ano e algo entre 1,6% e 1,7% em 2014. Figueiredo nota que, como seu número para o último trimestre de 2013 está perto de zero, não é inconcebível um resultado negativo, o que, tecnicamente, configuraria uma recessão.

O economista vê como causas do baixo desempenho o crédito mais apertado, inclusive no caso dos bancos públicos, e o nível de confiança muito baixo. O tema da confiança também é central na análise de Carlos Kawall, economista-chefe do banco de investimentos J. Safra. Mas, para ele, a questão crucial são as incertezas em relação à trajetória fiscal.

"É algo que coloca a espada do downgrade (pelas agências de rating) sobre a cabeça do Brasil", diz. Ele vê algumas sinalizações corretas, como a contenção dos bancos públicos, mas acrescenta que "só com uma sequência de dados fiscais mais favoráveis, depois dos números ruins de setembro e outubro, nós teremos condições de vencer essas incertezas."

Os comentários de Figueiredo e Kawall ilustram a situação desconfortável da equipe econômica. Por um lado, há um problema de perda de confiança na política econômica, que deriva do fiasco da chamada "nova matriz econômica" tentada no início do governo Dilma. Do outro lado, com a economia combalida às véspera de um ano eleitoral, é difícil para o governo abandonar as armas que tentou usar para dar mais gás ao PIB. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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