Presidente da comissão provisória do PSD de São Bernardo, o vereador Fábio Landi afirmou que a nomeação de Orlando Peixoto (PSD), funcionário fantasma da Prefeitura, não foi indicação partidária, e sim negociação direta entre Peixoto e o prefeito Luiz Marinho (PT). O petista, aliás, manteve o servidor por mais um dia nos quadros do Paço. E não quis comentar o caso. Indagado pela equipe do Diário, ficou calado.

“Não houve, com o Peixoto, acordo pelo partido, pela comissão provisória. Foi diretamente com o governo (a contratação do pessedista)”, disse Landi. Segundo o parlamentar, a informação da atuação de Peixoto, revelada no domingo pelo Diário, o pegou de “surpresa”.

Primeiro suplente de vereador do PSD, Peixoto foi admitido pela administração Marinho no dia 8 de novembro para trabalhar como consultor de Obras. Seu salário é de R$ 8.079,17 para execução de serviço durante 40 horas semanais – oito horas diárias. Mas o político permanecia a maior parte do dia em seu escritório de contabilidade no bairro Taboão em vez de fiscalizar empreendimentos públicos. O Diário acompanhou a rotina dele por uma semana.

Landi informou que o caso já é tratado no diretório estadual do PSD, que cobrou explicações da comissão provisória municipal. “Tive conversa com (o vereador paulistano) José Police Neto, que me comunicou que isso será levado ao (Gilberto) Kassab (presidente nacional do PSD). É um fato muito ruim para o partido, desgastante”, comentou o dirigente, ressaltando que a conduta de Peixoto fatalmente será conduzida à comissão de ética da legenda.

O presidente do PSD municipal, no entanto, evitou sacramentar expulsão de Peixoto. “Ele terá amplo direito à defesa. Não sei como o acordo dele com o prefeito foi feito, não sei se o trato era para que ele ficasse mais fora da Prefeitura do que no gabinete. Vamos questionar tudo a ele, nos cercar de informações antes de julgamento final.”

O parlamentar lembrou, porém, que Peixoto foi fundamental para eleger a bancada do PSD na Câmara – composta por Landi e Rafael Demarchi – e que, por isso, o caso precisa ser tratado com cautela. Peixoto recebeu 2.492 votos em 2012. “Com certeza levará um puxão de orelhas, mas uma desfiliação ainda precisa ser estudada”, reiterou.