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Nairo vê mais alegrias que tristezas nos 24 anos do Azulão
Thiago Bassan
Do Diário do Grande ABC
04/12/2013 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


O presidente da AD São Caetano, Nairo Ferreira de Souza, afirmou ontem, em entrevista ao Diário, que o São Caetano tem mais motivos para comemorar do que a lamentar no aniversário de 24 anos, festejado hoje. Campeão paulista de 2004 e finalista da Libertadores de 2002 e dos Brasileiros de 2000 e 2001, o Azulão, segundo ele, viveu mais alegrias do que tristezas na curta história. O dirigente, porém, lamentou os rebaixamentos de 2013 – à Série A-2 do Estadual e C do Nacional – e abriu o coração ao falar sobre o futuro da agremiação. “Será o fim quando eu sair.” Sem fugir de perguntas, Nairo negou que uma quarta pessoa decida os rumos do clube e disse que, em 2014, o São Caetano voltará às suas raízes, terá atletas que queiram crescer, e revelou a chegada de três reforços.

DIÁRIO – O São Caetano chega aos 24 anos de existência com retrospecto de altos e baixos no futebol. O clube tem mais motivos a comemorar ou lamentar?

NAIRO FERREIRA DE SOUZA – Comemorar. E muito. São 24 anos de uma equipe que apareceu rapidamente no cenário nacional e teve mais alegrias do que tristezas. Tudo que o clube fez pela cidade é algo relevante. Hoje, vemos a Ponte Preta com 113 anos chegando pela primeira vez a uma final de torneio sul-americano. Vamos cantar os parabéns felizes.

DIÁRIO – Apesar dos dois rebaixamentos em 2013, você entende que existem mais alegrias do que tristezas?

NAIRO – Muitas alegrias. Tristezas você tem no futebol, como aconteceu neste ano. Mas vejo como um aprendizado. O Corinthians foi eliminado pelo Tolima da Libertadores de 2011 e depois se tornou campeão mundial. Aprendeu com os erros. É o momento que precisamos passar. Fazer futebol é dificil, ainda mais no Grande ABC. Estamos muito próximos da Capital. Somos sempre o segundo clube dos torcedores. O São Caetano, mesmo na época boa, teve público reduzido, não é de hoje que o torcedor não vai assistir.

DIÁRIO – Como você lida com as críticas a seu trabalho?

NAIRO – Falar de fora é fácil. Mas ninguém falava nada antes. Quero ver vir aqui e tocar o futebol. Falam que o São Caetano arrecadou R$ 30 milhões. Mas se arrecadou 30, gastou 50 com contratações, salário, Quando assumi a presidência em 1996, o São Caetano tinha R$ 400 mil de dívidas, não possuía nem sede. Apenas dois jogadores eram do clube (Magrão e Paraná). Precisei reunir amigos para pagar salários.

DIÁRIO – Você permanecerá no clube ao fim deste mandato?

NAIRO – Tenho mandato até 2015, depois não sei quem vai sentar aqui e tocar, se vai ter esse aventureiro. Essa é uma pergunta que faço. Não está definido se vou sair. Pode ser que eu lance alguém ou apenas vá embora. Mas acho difícil, pelo que conheço do São Caetano. Sou o único que está aqui desde a fundação. Do conselho ninguém assiste aos jogos. Todo mundo acha que o São Caetano é clube-empresa, mas, na verdade, é um clube sem fins lucrativos. As pessoas acham que o São Caetano é meu, não é. Sou apenas o administrador.

DIÁRIO – Em entrevsita no início do ano, você disse que quando sair, o São Caetano acabará. Ainda acredita nisso?

NAIRO – Bato nesta tecla, quero ver quem vai tocar. Aqui na cidade surgiram Monte Alegre, Saad, uma série de times, mas o único que elevou o nome da cidade fomos nós. Amanhã, se não tiver mais o Jairo Livolis, o Celso Luiz no Santo André, o Luiz Fernando e sua equipe no São Bernardo, vão acabar também.

DIÁRIO – Recentemente, o Leão (ex-técnico do São Caetano) declarou que saiu do clube por causa de alguém que ele não conhece. Existe influência externa? Quem toma as decisões?

NAIRO – Presidente, diretoria e conselheiros. Ele veio porque é meu amigo particular. Se eu chamar ele hoje, ele vem. Sou o presidente, mas tem um conselho atrás, direção. Fui voto vencido. Ele é uma pessoa difícil de lidar. Mas seu trabalho é sério. E não deveria ter saído no ano passado. Se tivesse ficado, talvez tivéssemos ido mais longe. Foi um erro.

DIÁRIO – Quais serão os reforços para 2014? Vem algum medalhão?

NAIRO – Vamos montar time de Série A-1 para disputar a A-2 (do Campeonato Paulista). Sete ou oito jogadores devem reforçar o elenco. Por enquanto trouxemos o Norton, do Macaé (Rio de Janeiro), Esley, do Fortaleza, e Rodrigo Thiesen, do Avaí.

DIÁRIO – Qual a mensagem que você pode deixar para os torcedores?

NAIRO – Deixo a mensagem de que em 2014 a torcida pode esperar um time diferente. Queremos jogadores que entrem aqui com o chinelo Havaiana e saiam com o tênis Nike. Chega de jogadores que já venham com uma BMW. Precisamos de atletas que querem vencer, como o clube sempre foi.




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