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Setor de brindes se aquece no fim do ano
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
01/12/2013 | 07:54
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Andréa Iseki/DGABC


O mercado de brindes corporativos se agita no fim do ano, período em que as empresas intensificam encomendas de itens personalizados para oferecer de lembrança a clientes, fornecedores e funcionários. Os últimos seis meses do ano costumam responder por cerca de 70% das vendas, segundo representantes do setor.

Produtos como bolsas, mochilas e relógios têm boa saída nesta época, segundo indústrias do ramo, que estão tendo, em alguns casos, dificuldade de atender os pedidos com o aumento da demanda. É o caso da pequena fabricante Santa Paula Confecções e Brindes, de Santo André, que deve dobrar o faturamento mensal em dezembro na comparação com o mês anterior. O sócio Luís Carlos Brambilla assinala que, se tivesse capacidade de produção, poderia escoar 20 mil unidades de bolsas por mês neste fim de ano. “Mas não consigo nem 2.000”, afirma.

A fábrica, com apenas três funcionários, e boa parte da produção terceirizada, existe há 30 anos. Brambilla, assim como outros empresários do segmento, tem margens de lucro apertadas, já que a concorrência com produtos chineses é feroz, o que limita a possibilidade de investir mais no negócio para ampliar a fabricação. Por isso não espera crescimento neste ano. Ele conta que outros industriais do ramo, nos últimos anos, passaram a adquirir mochilas importadas da China, colocando apenas peça de metal para personalizar (como um broche) e vender aos clientes.

Para piorar, os chineses chegam com preços reduzidos e têm avançado em tecnologia, assinala Brambilla. Dessa forma, enquanto uma bolsa de fabricação própria tem custo de R$ 35, há itens importados que chegam por R$ 15. “Está difícil competir”, observa.

COPA

 Apesar do aquecimento das vendas no fim do ano, o setor não deve registrar crescimento ou, na melhor das hipóteses, terá expansão média bem pequena em 2013 ante os números de 2012, aponta o diretor da Abrinde (Associação Brasileira de Indústria de Brindes) Marcelo Chaves. “Foi um ano instável, cheio de altos e baixos”, afirma. Por isso as empresas do segmento já focam suas atenções nas perspectivas para 2014, que deve trazer crescimento de 15% a 20% no faturamento – essa atividade movimenta cerca de R$ 6,5 bilhões anualmente –, devido à Copa do Mundo. “Esperamos aumento significativo.”

A Santa Paula está lançando mochila-saco nas cores amarela e verde para aproveitar a demanda mais forte no início de 2014 e durante o período do Mundial. Outra empresa do ramo, a andreense Espaço Fechado, que fabrica relógios personalizados, também se prepara, com planos de lançar itens com o tema futebolístico para explorar o potencial de vendas.

Fabricante de relógios de Sto.André se destaca no setor

Enquanto algumas indústrias do ramo de brindes sentem mais a concorrência dos importados, a fabricante de relógios Espaço Fechado, fundada em 1997 em Santo André, tem conseguido crescer anualmente e se destacar em sua área de atuação.

 Neste ano, por exemplo, a companhia projeta alta de 30% no faturamento em relação a 2012. “Como o produto é feito aqui e personalizamos mostradores e pulseiras, e oferecemos itens de qualidade, nessa área os chineses não concorrem”, avalia a gerente geral da empresa, Ana Carolina de Oliveira.

Até outubro, a Espaço Fechado já registrava 22,5% de crescimento em relação ao mesmo período de 2012, percentual que deve subir no fim de ano, em que normalmente se aquecem as encomendas do setor empresarial para agradar clientes, funcionários e fornecedores.

 Ana Carolina relata ainda que os concorrentes até têm ajudado a companhia a crescer e a se consolidar. Isso porque muitos brindeiros (participantes desse segmento) adquirem relógios da própria fábrica para oferecer ao mercado.

A empresa hoje conta com 40 funcionários registrados e cerca de 20 prestadores de serviços, e possui capacidade produtiva de 60 mil peças por mês, em média. Entre os itens com boa saída estão desde relógios de mesa, slim (anexos) e também femininos e masculino. “Com a nossa variedade conseguimos atender solicitações diferenciadas de cada cliente”, diz Ana.

EM 2014

A gerente da Espaço Fechado assinala que está nos planos da fabricante investir em ampliação da área fabril, diante da expectativa do aumento das vendas no ano que vem, o que incluirá também a revisão do plano de carreira da área comercial, além de mudanças das estruturas produtiva e administrativa.  




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