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Reintegração remove
30 famílias em Mauá

Ação aconteceu em terreno invadido na Vila Nova
Mauá; cerca de 100 policiais trabalharam no local

Luiz Gomes
Especial para o Diário
05/11/2013 | 10:37
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Andrea Iseki/DGABC


Atualizado às 15h45

Uma reintegração de posse na Vila Nova Mauá, em Mauá, que começou por volta das 6h desta terça-feira, retirou cerca de 30 famílias que tinham casas em um terreno invadido da região. A medida foi tomada após uma liminar da Justiça.

O processo de reintegração começou em 2009. Em 6 de junho deste ano, o juiz Thiago Elias Massad, da 2ª Vara Cível de Mauá, concedeu a decisão favorável a Dantas Imóveis S.C. LTDA – empresa proprietária do terreno na Estrada Adutora Rio Claro. A medida só foi cumprida agora devido às negociações com a polícia para o apoio operacional.

Segundo os oficiais que trabalharam na ação, apenas os imóveis que foram construídos a partir de maio, quando a Justiça visitou o local, foram demolidos. As casas mais antigas continuam habitadas.

Mesmo com a visita anterior do oficial de Justiça, as famílias alegam que não foram avisadas oficialmente da reintegração. Apenas a PM (Polícia Militar) distribuiu um papel no último domingo para pedir a colaboração de todos moradores e que evitassem dificultar o trabalho dos oficiais.

Muitas famílias também reclamaram da falta de diálogo antes da medida. Algumas alegam que compraram os terrenos onde construíram suas residências e esperavam regularizar a área.

A GCM (Guarda Civil Municipal), que também participou da reintegração, garantiu que as famílias serão atendidas pela assistência social de Mauá e aquelas que não são cadastradas em programas de moradia serão incluídas. A GCM também orientou as famílias a procurarem casas de parentes ou solicitar o auxílio aluguel caso seja necessário.

Além dos 100 agentes da PM, a ação também contou com 10 GCMs, cinco oficiais de Justiça, duas viaturas do Corpo de Bombeiros e 45 viaturas da polícia. Trabalhadores da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e da Eletropaulo também estiveram na Vila Nova Mauá.

Famílias preocupadas - A destruição das casas deixou os moradores preocupados com o futuro das famílias. Como muitos não tinham se organizado para deixar o local, não sabiam o que fazer. O autônomo Milton Ferreira, 39 anos, um dos líderes dos moradores, prometeu que o grupo se organizará e permanecerá no terreno.

A motorista Marisa Olavo, 40, morava com o marido e o filho em uma das casas que foi derrubada. A construção foi feita com as economias da família e os benefícios que o marido recebeu após ser aposentado por invalidez. “Pagava aluguel e vim para cá. Agora não tenho para onde ir. Isso é tudo que nós temos”. Agora, Marisa buscará a ajuda da família.



O caso é semelhante com o de Américo Barros Santana, 27. O ferramenteiro deixou o local que morava de aluguel em Mauá, fez um empréstimo e comprou uma área do terreno por R$ 7 mil, onde construiu sua casa. Desde de maio no bairro, ele confessa que investiu em uma área irregular pelo sonho da casa própria. “Compramos para tentar legalizar futuramente.”

Ônibus queimado - Um grupo queimou um ônibus de turismo próximo ao terreno e ameaçou levar outro coletivo para o Rodoanel para fechar a via. A polícia deteve os suspeitos quando eles obrigavam passageiros a descer do veículo e os encaminhou para o 1º DP (Centro) de Mauá. Segundo o Capitão Wagner Luiz, comandante da operação, os moradores não estão envolvidos nas ocorrências.




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