O vice-prefeito e secretário de Habitação em Mauá, Helcio Silva (PT), teria recebido R$ 40 mil de propina do empreiteiro Olívio Scamatti, apontado pelo Ministério Público como chefe da Máfia do Asfalto. O grupo é acusado de fraudar 78 licitações abertas para realizar obras com dinheiro de emendas parlamentares. Os deputados estaduais recebiam propinas para encaminhar os aportes.

Planilhas encontradas no computador do empresário, obtidas pelo Diário, revelam dois repasses de R$ 20 mil para “Helcio/Mauá” – um feito em março e outro em dezembro do ano passado (veja fac-símile ao lado), parte do período em que a empresa Scamatti & Seller atuou na cidade. Na ocasião, ele era secretário de Obras. Existem outras três transferências do mesmo valor destinadas para uma pessoa com nome de Helcio, mas não existe sobrenome ou referência da cidade.

A relação de nomes feita pelo empreiteiro mostrou também R$ 110 mil em depósitos para Mauá. O dinheiro foi enviado para alguém da cidade entre agosto de 2011 e novembro de 2012, sempre por intermédio de Scamatti. Para os promotores, a lista possui indícios de que foi feita para organizar pagamento de propina.

Helcio negou que tenha recebido o dinheiro do empreiteiro. “Não tinha contato com o Olívio. A empresa dele atuou na cidade quando eu era secretário de Obras, mas foi uma subcontratação (feita pela Petrobras, que tinha contrato com a Prefeitura). Nunca tive relação com eles”, alegou.

O período das transferências coincide com o momento em que a Scamatti & Seller Infraestrutura efetuava o plano de recapeamento em Mauá. A empresa recuperou 60 quilômetros de asfalto entre 2011 e 2012. “Apenas acompanhei o trabalho que vinha sendo feito. A responsabilidade é da empresa que contratou”, ponderou Helcio.

DONISETE BRAGA

O prefeito Donisete Braga (PT) apareceu nas investigações do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), núcleo de São José do Rio Preto.

O petista é acusado de receber R$ 125 mil para encaminhar emendas de recapeamento asfáltico, quando ainda era deputado estadual. Os dados foram encontrados no pen drive do contador da Scamatti, Ilson Donizete Dominical. O prefeito destinou aporte para Jales, cidade em que ele obteve 15 votos na eleição em 2010. Ele negou o envolvimento.