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Chegou o dia,
torcedor palmeirense!

Empate diante do São Caetano, hoje, é suficiente
para o Verdão voltar à Série A do Brasileiro

Dérek Bittencourt e Thiago Bassan
26/10/2013 | 07:30
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No dia tão esperado pelos palmeirenses chegou. Depois de 11 meses do rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro, o Verdão – desde torcedores, jogadores, comissão técnica até a diretoria – suportaram pressão, gozação dos rivais e viveram pela segunda vez em uma década a realidade de jogar a Segunda Divisão nacional.
 

Mas a equipe tem hoje a primeira chance de conquistar o acesso à elite de forma antecipada. E quis o destino que fosse diante do São Caetano, adversário que passa por um dos piores momentos da história, que amarga a vice-lanterna e vai ter mais de 30 mil vozes gritando contra no Estádio do Pacaembu, às 16h20.
 

Para o Palmeiras, que vai estrear uniforme, com camisa amarela – em homenagem à Seleção Brasileira – basta um empate para celebrar o retorno para a Série A. Já para o Azulão, uma vitória sobre o líder, além de adiar a festa alviverde, dá sobrevida e moral para buscar a fuga do rebaixamento à Série C. Com todo este cenário, a expectativa é de um grande jogo, recheado de possibilidades e emoções à flor da pele. “Serão 90 minutos para trazer o Palmeiras de volta”, disse o técnico Gilson Kleina. “O que mais quero é voltar para o vestiário e ver o sorriso dos jogadores e da comissão, pelo dever cumprido. Precisamos de toda energia por um bom jogo contra o São Caetano e resgatar o sorriso do palmeirense”, emendou.
 

Mas engana-se quem pensa que o time da Capital vai a campo em clima de já ganhou. Pelo discurso de Kleina e, sobretudo, pelo retrospecto da equipe contra adversários que brigavam na parte de baixo da tabela nesta Série B – teve dificuldades contra ABC-RN (derrota por 3 a 2), suou para vencer Paysandu (3 a 2) e Guaratinguetá (1 a 0, depois de empatar por 1 a 1 no primeiro turno), além do empate sem gols com o América-RN. Aliás, diante do próprio Azulão, triunfou por apenas 2 a 1.
 

“Quando jogamos contra equipes nessa situação tivemos mais dificuldades. Vamos ter que competir, estar mobilizados para ter a condição de resultado positivo”, disse o treinador com exclusividade ao Diário após o treino de ontem, na Academia de Futebol. O comandante ainda falou sobre a equipe do Grande ABC e pregou respeito.
“Sempre temos o respeito contra as equipes do futebol paulista. São sempre jogos difíceis, duros. E tem um adendo para este desafio contra o São Caetano: o Pintado era o técnico do América de Natal quando conseguiu o 0 a 0. Fez estratégia que deu certo. Sabemos que eles têm atletas valiosos dentro do elenco, experientes, que estão acostumados a esse tipo de jogo, então tem todo o nosso respeito. O São Caetano sempre fez grandes campanhas, não é porque está numa zona incômoda que vai ser jogo fácil”, completou Kleina.

AZULÃO
A situação do São Caetano é difícil. Afinal, o time precisa vencer o Palmeiras e ainda somar pelo menos mais 12 pontos para escapar do rebaixamento à Série C. Mesmo assim, o técnico Pintado mostra confiança.
“Não temos a vaidade de atrapalhar a vida do Palmeiras. Eles já conseguiram o acesso. Nossa motivação é buscar pontos que precisamos”, disse o treinador, que não deve fazer mudanças em relação à equipe que venceu o Icasa por 2 a 1 na última rodada. “Dentro de campo, são 11 contra 11. Temos condições de vencer, se a gente marcar forte e sairmos nos contra-ataques”, analisou o atacante Marcelo Soares.
 

Kleina nega acerto para permanecer

Ao menos oito perguntas da coletiva de imprensa do técnico Gilson Kleina após o treino de ontem pela manhã, na Academia de Futebol, foram sobre o futuro no clube a partir do acesso, objetivo principal da temporada palmeirense. Apesar de demonstrar interesse em seguir à frente do time, o comandante explanou que não há nada conversado sobre o assunto e que o vínculo termina em 31 de dezembro.
 

Por momentos, Kleina transpareceu discurso em tom de despedida, como se soubesse de algo. Mas não confirmou nada. “Não tivemos conversa nenhuma sobre 2014, nem planejamento nem renovação. Temos de canalizar forças até 31 de dezembro. Essa decisão pode ser tomada com acesso ou com o cumprimento do contrato. Vou acatar qualquer decisão. É direito da diretoria. O tempo que passei aqui não foi ocioso. Aprendi muito, pude contribuir. Foi parceria muito transparente por todas as dificuldades que o clube passou no ano. Trabalhar nessa sequência e deixar o ‘depois’ em aberto. Não vamos pressionar”, afirmou. “Em sã consciência, quero dar sequência ao trabalho que comecei”, disse.
 

Enquanto o futuro não é discutido, o comandante aposta no presente e o jogo contra o São Caetano é a bola da vez. Para o duelo, Kleina não terá o zagueiro Vilson, que não se recuperou de tendinite, nem o atacante Leandro, suspenso. Por outro lado, a equipe terá o retorno de Valdivia ao meio de campo, enquanto André Luiz e Ananias são as novidades como substitutos. Aliás, os três reforços chegam com moral junto ao treinador.
 

“É importante ter um articulador da qualidade do Valdivia. Quando ele entra, entra a genialidade. Sabe que é jogador diferente, nesses jogos decisivos parece que conspira para os grandes jogadores aparecerem. Em um lance ele pode fazer a diferença e, de repente, nos dando o gol do acesso”, exaltou. “O André, desde a lesão do Vilson, está fazendo essa função, crescendo muito, dando segurança grande para nós. É merecedor desse espaço”, concluiu Kleina. DB

Rafael Santos fala em ‘jogo da vida’

Foram 12 anos defendendo o Corinthians, tanto nas categorias de base como no profissional. E, após passar por outros clubes do futebol paulista, o goleiro Rafael Santos, titular do São Caetano, terá grande desafio pela frente: encarar o Palmeiras – praticamente garantido na elite do futebol nacional – e buscar a vitória para que o Azulão consiga se afastar cada vez mais da zona de rebaixamento. Confiante, o arqueiro afirmou ontem que o duelo de hoje, no Pacaembu, será o jogo da vida dele.
 

“Será o jogo mais importante da minha carreira e também da minha passagem pelo São Caetano. Foram 12 anos defendendo o Corinthians e sei da rivalidade que tinha na época contra o Palmeiras. Será uma motivação especial jogar contra um ex-rival do time que passei boa parte da carreira. O mais importante, no entanto, é vencer para nossa equipe ganhar confiança. Posso gravar meu nome na história do São Caetano”, destacou Rafael.
 

Outro ex-corintiano que vai enfrentar o Palmeiras amanhã é o volante Fabinho. Com passagem brilhante pelo Timão, o jogador deixou de lado a rivalidade com o ex-rival e disse estar preocupado em tirar o São Caetano da situação em que se encontra. “A motivação é de entrar em campo e ajudar o time que colaborou muito com minha formação no futebol. O São Caetano precisa dessa vitória, e vamos nos esforçar para que o resultado venha”, destacou o atleta, que se recorda de duas partidas, em especial contra o Verdão.
 

“Pelo Corinthians joguei muitas vezes contra o Palmeiras. Mas os confrontos que mais me lembro com carinho aconteceram em 2001, pelo São Caetano. Foram duas partidas que me revelaram para o futebol pela (Copa) Libertadores da América. Ganhamos a primeira no Anacleto por 1 a 0 e perdemos pelo mesmo placar no (extinto) Parque Antártica. Depois, fomos eliminados nos pênaltis. Se tivermos amanhã (hoje) a mesma garra e força de vontade dos jogadores daquela época, podemos dificultar bastante as coisas para o Palmeiras”, recordou.

PERSONALIDADE
Com a experiência de quem já enfrentou o Palmeiras na Série B deste ano pelo América-RN, o técnico Pintado pediu bastante personalidade de seus atletas em campo. “Não dá para ficar pensando somente em nos defender contra o Palmeiras. Temos jogadores com histórico de títulos e que sabem como se comportar neste momento. Precisamos ter personalidade e buscar o resultado, mesmo diante desta grande equipe”, analisou. TB




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