A salada do morador do Grande ABC ficou mais cara nesta semana. Isso porque o tomate subiu 31% e, a alface, 10%, conforme a última pesquisa semanal da cesta básica, realizada pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André). O levantamento considera as variações de preços de 34 produtos de primeira necessidade em 17 supermercados da região.

A verdura, que era encontrada, em média, a R$ 1,54 (a unidade) subiu para R$ 1,71. E o quilo do fruto passou de R$ 2,80 o quilo para R$ 3,68. Embora seja bem menos do que no início do ano, quando o tomate chegou a R$ 15, ainda assim é um aumento considerável.

O motivo das altas foram as condições climáticas, que prejudicaram bastante a colheita e o transporte desses dois itens, e também o fim da safra em regiões produtoras de tomate, apontam os especialistas. “A chuva atrapalha e, com isso, a oferta diminui”, cita o responsável pelo estudo, o engenheiro agrônomo Fábio Vezzá De Benedetto. Com menor disponibilidade de produtos, os preços aumentam.

O analista de mercado de tomate do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), da USP, Luan Novaes do Nascimento, assinala que faz duas semanas que o fruto já vinha subindo de preço no atacado. “Algumas regiões, como Mogi Guaçu (em São Paulo) e Araguari (em Minas Gerais) estão no fim da colheita”, afirma. Ele acrescenta que o clima colaborou para reduzir tanto a quantidade quanto a qualidade do produto.

Nascimento prevê que, em novembro, esse item ficará mais barato, pois os produtores de Sumaré, no interior do Estado, intensificam a colheita nesse período. Isso se o clima não voltar a atrapalhar e não houver algum outro problema, como por exemplo, doenças na lavoura.

PREÇO DA CESTA - A cesta teve ligeira alta, de 0,84%, nesta semana no Grande ABC, segundo a pesquisa da Craisa. Foi a R$ 419,94, ou seja, R$ 3,58 a mais do que há sete dias.

O aumento poderia ser maior se outros itens pesquisados, como o feijão e o frango, não tivessem recuado. O grão diminuiu 10%, para R$ 2,88 possivelmente pela retirada de promoções de redes do varejo, segundo De Benedetto. No caso da ave, que vinha em alta nos últimos levantamentos, houve queda de 2,48%, passando de R$ 5,24 para R$ 5,11.

Por sua vez, a carne de primeira teve leve elevação (de 0,76%), passando a custar, em média, R$ 17,23 o quilo, mas a de segunda teve redução (de 0,89%) e custa agora R$ 11,19 o quilo. Segundo o Cepea, os preços tanto da carne bovina quanto da ave vêm em queda na maioria das regiões produtoras, devido principalmente ao desaquecimento da demanda. A explicação dos especialistas do centro de estudos é que o elevado patamar dos valores desses produtos nas últimas semanas vem desestimulando o consumo no varejo.