Economia Titulo Para terceira idade
Alimentos in natura derrubam índice de inflação da terceira idade

Fundação Getulio Vargas prevê, porém, que já a partir deste trimestre indicador subirá novamente

Andréa Ciaffone
do Diário do Grande ABC
15/10/2013 | 07:07
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Tomate, batata inglesa, cebola e banana-prata, itens presentes na maioria das listas de compras dos lares brasileiros foram os responsáveis pela queda do IPC-3i (Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade).

Medido pelo Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV (Fundação Getulio Vargas), o indicador mede a variação da cesta de consumo de famílias majoritariamente compostas por indivíduos com mais de 60 anos, nas quais tem maior peso gastos com alimentação, habitação, saúde e cuidados pessoais.

No terceiro trimestre, o IPC-3i teve variação de apenas 0,19%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 4,96%. Com esse resultado, a variação do indicador ficou abaixo da taxa acumulada pelo IPC-BR (Índice de Preços ao Consumidor nacional), que foi de 5,29%, no período.

“A queda nos preços desses alimentos frescos impactou fortemente o resultado final e fez com que o índice da terceira idade ficasse abaixo do índice geral”, diz o economista responsável pela apuração do IPC-3i, André Braz. “Entretanto, historicamente, temos visto que a inflação para os idosos tem sido maior do que para a população em geral”, completa. O economista admite, porém, que o resultado final é dissonante com a sensação das pessoas de que está mais caro viver.

Braz afirma que a principal razão para a desaceleração está nas hortaliças e nos legumes, que ele chama de “âncora verde”. Não fosse isso, a taxa teria registrado alta superior a 1%. “Esses alimentos da feira contribuíram muito para segurar o índice da seção alimentação e, por conseqüência, a taxa média do IPC-3i”, afirma. O item alimentação representa 20% do índice da terceira idade e 25% do íindicador geral.

“No próximo trimestre, entretanto, o grupo alimentação deve reverter esse comportamento. Alimentos derivados do leite e carnes já estão apresentando aceleração de preços e isso deve surtir efeito no índice que, por consequência, terá um quarto trimestre superior aos meses de julho, agosto e setembro”, diz o economista.

Na composição do indicador, o maior impacto de alta veio dos planos de saúde. Em segundo lugar, do leite longa vida, seguido pelas refeições fora de casa e pelo aluguel residencial. “Embora a alimentação fora de casa tenha aumentado significativamente, seu impacto foi diluído no IPC-3i porque esse gasto representa apenas 5% do orçamento dos maiores de 60 anos, enquanto para as famílias em geral significa 10% dos gastos com alimentação.”

Contribuíram também para o decréscimo da taxa da inflação dos grupos: saúde e cuidados pessoais (de 2,66% para 1,19%), habitação (de 1,70% para 1,04%), transportes (0,09% para -0,51%) e vestuário (2,78% para 0,40%). Para cada uma dessas classes de despesa, vale citar o comportamento dos itens: medicamentos (4,40% para 0,02%), condomínio residencial (2,11% para 0,15%), automóvel novo (0,83% para -0,48%) e roupas (3,54% para 0,02%).
 




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