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Número de idosos vai superar o de jovens em 2027

Segundo estudo do Seade, maiores de 60 anos vão triplicar em 2050, chegando a 14 milhões

Yara Ferraz
Especial para o Diário
15/10/2013 | 07:07
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A população idosa do Estado de São Paulo será maior do que a de crianças e adolescentes com até 15 anos a partir de 2027. É o que diz o estudo da Fundação Seade, que verificou que os maiores de 60 anos – que, segundo o Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2010, são em quase 5 milhões (11,6% do total da população) – vão chegar a mais de 14 milhões de pessoas (29,8%), em 2050. Ou seja, o número vai triplicar.

Em contrapartida, a população de jovens e crianças será reduzida de 8,85 milhões (21,5% ), em 2010, para 6,63 milhões (14%), em 2050. A população economicamente ativa também vai ser diminuída. Dos 27,6 milhões (67%) verificados em três anos atrás, serão 26,5 milhões (56,2%) em 2050.

Segundo o diretor de análises e disseminação de informações do Seade, Haroldo Torres, os números representam uma mudança na estrutura populacional do Estado. “Há um grande impacto nos setores da sociedade, já que temos três situações que mudam totalmente os números da população. Teremos cada vez menos crianças, a população em idade ativa vai parar de crescer e os idosos serão maioria. É um cenário preocupante para as políticas públicas”, afirmou.

Com essa mudança no número de cada população, há impactos em diversos setores. Um deles é o previdenciário que, segundo Torres, foi projetado para a situação que encontramos hoje, mas não a que virá em alguns anos.

“Lá atrás o brasileiro vivia muito menos e tinha mais gente entrando no mercado de trabalho, o que gerava recursos suficientes para sustentar o benefício dos aposentados. A projeção tem um grande impacto nesse sistema (Previdência Social), porque a geração de idosos vai explodir, então, a longo prazo, acabará sendo uma situação dramática”, disse.

Segundo os dados da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego), a Região Metropolitana, no fim da década de 1990, apresentava uma média de 200 mil pessoas entrando por ano no mercado de trabalho. Atualmente, esse número tem projeção de 75 mil por ano para esta década.

PARA FECHAR A CONTA - A Previdência Social está ciente do aumento populacional dos idosos. Tanto que já tem uma tabela com a projeção de gastos ano a ano, onde a despesa que hoje é de R$ 354,7 mil ficará em pouco mais de R$ 2 milhões em 2050.

De acordo com a vice-presidente do IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), Adriana Bramante, já há medidas pensando nos próximos anos. “Há muitas pessoas no mercado de trabalho informal, que acabam não contribuindo com a Previdência. Por isso, houve recentemente uma redução de alíquotas para estimular que essas pessoas também contribuam. Por exemplo, são cobrados 5% (do salário-mínimo) para empreendedor individual e para dona de casa”, declarou.

A medida estimula que mais pessoas façam suas contribuições e consequentemente entrem como segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o que acaba sustentando o sistema. “Como o número de idosos será grande, com o aumento de pessoas contribuindo, mesmo que paguem menos, ajuda nessa manutenção”, completou.

A vice-presidente do IBDP não acredita no aumento do valor do benefício para resolução do problema, “Atualmente não há nenhum projeto sobre isso.”


 




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