Secretaria estadual da Saúde e FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) assinaram convênio na quarta-feira que oficializa o Hospital Estadual Mário Covas como hospital escola. Agora, o equipamento será campo de estágio para os alunos da universidade, que quer direcionar novo perfil para a unidade hospitalar, localizada em Santo André.

 “Essa mudança vai ser boa tanto para a população quanto para a área de pesquisa. Vamos levar a faculdade para dentro do hospital. A gente precisava desse instrumento, mas tínhamos rigidez no contrato de prestação de serviço. Agora, poderemos canalizar para os atendimentos de alta complexidade, que já são muito realizados, mas devem deslanchar a partir desse acordo”, comentou o diretor da FMABC, Adilson Casemiro Pires.

Tendo o hospital como campo de pesquisa, Pires quer trazer inovações da medicina que ainda não são exploradas na região. “Por exemplo, transplante a gente não consegue ter programa forte no Grande ABC e sempre temos de ficar na dependência de hospitais da Capital. Enfim, vamos incorporar ao Mário Covas tecnologias, que existem em hospitais de ponta e não conseguimos colocar em hospitais municipais por conta de recursos.”</CW>

A FMABC já presta serviço em hospitais municipais de Santo André, São Bernardo e São Caetano. No entanto, o diretor da universidade defende que ter um equipamento estadual com atendimento regional como campo de estudos facilitará o desenvolvimento de técnicas. “Certos procedimentos de complexidade esbarram no orçamento do município. Com o Estado, teremos possibilidade maior para alçar procedimentos cirúrgicos mais complexos.”

O corpo docente da faculdade deverá atuar diretamente na gestão do hospital. “O que podemos trazer efetivamente de bom para a região é medicina qualificada pela grande quantidade de mestres e professores que temos”, disse Pires.

Durante evento no Palácio dos Bandeirantes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a parceria pode render mais investimentos ao hospital. “Sendo hospital escola e tendo até residência médica, é possível ampliar o atendimento e isso precisará de mais recurso.” (Colaborou Cynthia Tavares)