Setecidades Titulo Jardim Borborema
Prefeitura estuda fechar ruas por segurança

Experiência no Jd.Borborema servirá para poder municipal avaliar e levar projeto a outros bairros

Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
10/10/2013 | 07:00
Compartilhar notícia


A Prefeitura de São Bernardo estuda criar bolsões de segurança com o fechamento de ruas para trânsito. A medida, que na prática significa criar condomínios fechados no espaço público, atenderia pedidos feitos por moradores de diversos bairros da cidade e serviria para diminuir os índices de criminalidade.

Os bolsões seguiriam o exemplo do Jardim Borborema. No domingo, o prefeito Luiz Marinho (PT) anunciou que serão instaladas duas cancelas em vias de acesso ao bairro – avenidas Olinto Demarchi e Otávio Corletto – formado por conjuntos residenciais de classe média. Os moradores ainda decidirão como funcionará o projeto.

“Não vai haver concessão da rua pelo município”, disse o secretário de Serviços Urbanos local, Tarcísio Secoli, responsável pelo projeto.

Bairro com cerca de 1.200 famílias, situado na divisa de São Bernardo com a Capital e com ruas exclusivamente residenciais, algumas sem saída, o Jardim Borborema, nas explicações dadas pelos moradores, vê suas vias invadidas por usuários de drogas, organizadores de rachas de motos e até casais que não se inibem na hora de violar o pudor.

“Desde que haja agente inibidor, no caso uma cancela, um porteiro, você afasta as pessoas que estarão ali com a intenção de fazer alguma coisa errada”, avaliou o secretário.

O empresário Fabiano Guilherme Nascimento Alves, 32 anos, síndico de um dos prédios do bairro, vai além. Ele relata casos ocorridos de furtos em veículos e de assaltos a moradores que saíram às ruas para caminhar. As reivindicações pelo fechamento das ruas são de até três anos, segundo ele.

“Infelizmente, o pessoal não fez os registros na polícia, o que não nos deixou a opção da ajuda deles”, disse. “ Queremos que haja controle maior das pessoas que circulam por aqui. Não vamos impedir ninguém de entrar.”

Secoli antecipa que a Prefeitura avaliará a experiência de perto, inclusive do ponto de vista jurídico, antes de implantar o projeto em outro bairro.

“Temos de ver as condições, se o trânsito do local sofrerá impacto, se a legitimação disso depende apenas de decreto (do prefeito), se é um local calmo e pacato. Temos diversos pedidos. Não vamos liberar mais nenhum até ver como funcionam esses mecanismos”, disse.

Especialista em Segurança pública, José Vicente da Silva não concorda com a medida. “Você concede à classe média um privilégio desnecessário”, disse. “É preciso avaliar a incidência criminal e ver se é necessário. Geralmente esses bairros são tranquilos. Nunca é cogitado fazer algo do tipo em um bairro pobre, onde realmente práticas assim são necessárias. É uma ilusão achar que um porteiro afastará a criminalidade.”




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;