Cultura & Lazer Titulo 15 anos
Instituto Criança é Vida
lança livro para festejar

Quatro oficinas foram feitas com crianças de
diferentes comunidades; exposição vai até dia 12

Caroline Garcia
Do Diário do Grande ABC
09/10/2013 | 07:00
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Marcello Vitorino/Folhapress


Os 15 anos de existência do programa Criança é Vida, organização sem fins lucrativos que trabalha com a saúde física e emocional de crianças em comunidades carentes, são comemorados hoje com o lançamento do livro Instituto Criança é Vida, Educando Para a Saúde – 1996 a 2013 e uma exposição de fotos no Espaço Cultural do Conjunto Nacional, em São Paulo.

Apesar de a organização já ter completado 17 anos, o livro, que demorou dois anos para ficar pronto devido à captação de recursos pela Lei do Incentivo, não muda em nada o objetivo do projeto: mostrar a realidade em que vivem as pessoas atendidas pelo programa.

Em 135 páginas, a edição comemorativa se divide em dois eixos. “A primeira parte fala um pouco sobre o instituto por meio das histórias de vida das pessoas que são impactadas positivamente por ele. A segunda frente é uma documentação das oficinas de arte que ocorreram especificamente para os 15 anos”, conta Marcello Vitorino, responsável pela coordenação e fotografia do projeto cultural.

Foram realizadas quatro oficinas diferentes na Cruzada do Menor (Rio de Janeiro), Casa da Esperança (Santos), Projeto Arrastão (São Paulo) e Associação Cairuçu (Ponta Negra, Paraty). Em cada local foram feitas visitas e análises, para saber qual tipo de arte mais se enquadraria nas comunidades.

“O Fabricio (Lopes) tem um trabalho muito reconhecido na xilogravura, que utiliza a madeira para gravar imagens. Mas, descobrimos que na comunidade, a maior parte das crianças tinha problemas motores. E, ao deparar com essa realidade nas visitas anteriores, resolvemos reconfigurar a ideia e partir para o estêncil.”

Com o foco na educação e saúde, a arte, no entanto, ainda não é um viés explorado pelo Instituto Criança é Vida. “Abrimos um precedente com as oficinas. Quem sabe até para incorporá-las em definitivo no programa”, disse Vitorino.

Para o fotógrafo, as atividades proporcionaram uma troca de vivência entre os profissionais e as crianças atendidas. “Elas nem deveriam ser chamadas de oficinas, porque foi uma troca de experiência mesmo. Acompanhei todo o projeto e senti muita coisa boa. Nos depoimentos, dava para perceber que as pessoas estavam felizes por compartilhar as histórias de vida delas ou um momento com o artista.”

A exposição, que está em cartaz até o dia 12, traz imagens que estão no livro e outras fotografias que também não entraram na publicação. O lançamento do livro está marcado para as 18h30, na Livraria Cultural de Artes, do Conjunto Nacional (Avenida Paulista, 2.073).

Bordado em fotografia conquista crianças e avós

Um dos artistas convidados para ministrar uma oficina do Instituto Criança é Vida foi o fotógrafo do Diário Nario Barbosa, que tem no currículo diversas participações em programas sociais, além de trabalhos autorais.

A atividade, realizada com o Projeto Arrastão, da Zona Sul de São Paulo, consistiu na técnica de bordado em fotografias.

Avós e netos trouxeram aquela que consideravam a melhor foto de família que tinham em casa. As imagens foram ampliadas e o trabalho começou. “Algumas avós até tinham experiência em costura, mas elas se surpreenderam mesmo quando viram os netos fazendo aquilo. Era uma coisa que elas não imaginavam”, disse o fotógrafo.

Durante a infância, Barbosa, que é do Sergipe, presenciava as rodas de costura que a mãe e a avó participavam. “É um resgate de tradição que, para mim, está se perdendo. E se perdermos a referência do passado, não vamos ter mais o que transferir para as futuras gerações.”

No fim da oficina, que durou cerca de um mês, foi montado um painel, com 30 fotografias, para ficar exposto na sede do projeto. “Talento é uma questão de oportunidade. É sempre muito enriquecedor levar o que a gente sabe. São atitudes que não têm preço. E isso é só uma semente que vamos regando”, finalizou.




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