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MP Federal recebe representação para apurar obra do Museu do Trabalho

Com verba da União, projeto é feito por empresa de R$ 20 mi que tem entre os sócios um desempregado

Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
05/10/2013 | 07:38
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O Ministério Público Federal recebeu ontem representação que pede investigação na obra do Museu do Trabalho e do Trabalhador de São Bernardo. A Construções e Incorporações CEI, empreiteira contratada para fazer o projeto, com capital de R$ 20,8 milhões, tem entre seus sócios Erisson Saroa Silva, um eletricista desempregado de Diadema que disse não saber de sua participação no negócio.

A Procuradoria da República de São Bernardo foi acionada pelo munícipe Marcelo Sarti porque há dinheiro do governo federal na obra, orçada em R$ 18,3 milhões, sendo R$ 14,4 milhões da União e o restante do Paço, comandado por Luiz Marinho (PT).

Além da polêmica sobre o morador do modesto Jardim Campanário, em Diadema, que tem participação milionária na empresa sem saber, a intervenção está atrasada. Era para ter sido entregue em janeiro, mas ainda está longe de terminar. A placa indicativa do museu, com informações sobre a empreiteira, valores e datas, tem o dia de início das obras apagado para descaracterizar o atraso.

O munícipe que fez a representação no MPF anexou as reportagens do Diário na representação. Desde o dia 29 são publicadas reportagens acerca dos R$ 10,4 milhões que o eletricista tem de atuação na empresa. Erisson vive de bicos, tem um filho recém-nascido e mora de aluguel. A outra metade da sociedade é de Elvio José Marussi, morador de Guarulhos, na Região Metropolitana, que até agora não se manifestou sobre o episódio.

Além de solicitar apuração dos fatos, Marcelo Sarti indica ao Ministério Público Federal a paralisação da obra até que tudo se esclareça. “Em se tratando de uma obra sem nenhum alcance social, não vemos outra forma de buscar a transparência”, frisa.

O munícipe também critica a Câmara de vereadores, que “deveria fiscalizar irregularidades como essas, mas é totalmente omissa”.

O governo Marinho enviou ofício para a empresa se explicar. O Diário voltou ao endereço da companhia registrado na Junta Comercial. Funcionários disseram que a sede não é lá e se recusaram a dizer onde fica.




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