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Petroquímica Braskem começa a desenvolver plástico inteligente

Setor de alimentos já demonstra interesse, mas produto pode levar até sete anos para chegar ao mercado

Leone Farias
do Diário do Grande ABC
24/09/2013 | 07:07
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Divulgação


Plástico inteligente, que mudará de cor quando houver, por exemplo, violação da embalagem de um alimento, se este item se estragar ou, ainda, quando esse mesmo produto for contamidado pelo contato com alguma substância tóxica. Desenvolver material com essas propriedades é um dos novos desafios colocados pela Braskem, companhia petroquímica que tem fábricas em Mauá e em Santo André.

Segundo o diretor de inovação e tecnologia para a unidade de poliolefinas da Braskem, Patrick Teyssoneyere, sensores desse tipo já existem. A questão é, por um lado, conseguir ‘embarcar’ essas características no plástico que embala os produtos. Por outro, é necessário estudar para que produtos ou mercados concentrem o foco e mapeiem as cadeias produtivas que poderiam ser exploradas. “Mas já estamos conversando com indústrias alimentícias e há interesse”, disse.

A companhia petroquímica está montando atualmente equipe em seu centro de inovação em Triunfo (Rio Grande do Sul) para se dedicar a projeto desse tipo a partir de 2014. Mas ele relata que deve levar de quatro a sete anos para que novidades como as embalagens inteligentes cheguem ao mercado. “É algo sensível para o consumidor, que deve passar a demandar esse tipo de tecnologia”, avalia.

A Braskem tem investido bastante em inovação. No ano passado, foram R$ 188 milhões em pesquisa e desenvolvimento e, neste ano, o montante aportado deve superar esse número, assinala o diretor. A empresa conta hoje, só no centro de inovação de Triunfo, com carteira de mais de 300 projetos inovadores implantados, e lançou, nos últimos três anos, 64 produtos, que juntos representam 18% do volume apurado com a comercialização de resinas termoplásticas (principal produto da companhia e que é insumo para a fabricação de embalagens e peças plásticas).

A gigante petroquímica, que é maior da América Latina – atingiu em 2012 receita líquida de R$ 35,5 bilhões – hoje possui quatro centros de pesquisa: além da unidade gaúcha, em Campinas (São Paulo), Camaçari (Bahia) e em Pittsburgh (Estados Unidos).

Boa parte da inovação, no entanto, sai de Triunfo, onde está localizada a planta fabril de plástico verde (feito a partir do etanol e não de derivado de petróleo). Na unidade gaúcha se concentram atualmente estudos, por exemplo, para a empresa desenvolver catalisadores, que são produtos fundamentais para a produção petroquímica. “É o arquiteto do polímero, é o que vai unindo as moléculas, dentro de condições de temperatura e pressão determinadas”, afirmou o executivo.

AUTOMOTIVO - Apesar de o Grande ABC não deter mais um centro de pesquisa e desenvolvimento da empresa, há muitos projetos desenvolvidos no Sul do País que vão ter mercado e produção na região, como a de resina de polietileno, em Santo André. É o caso de material destinado à fabricação de tanques de combustível para veículos. Hoje, a petroquímica atende todas as montadoras com matéria-prima (plástico) para oferecer mais leveza e, ao mesmo tempo, resistência física ao impacto, e fabrica também itens com especificações para tancagem de produtos químicos.

Isso porque o objetivo é focar a atividade fabril de produtos que fiquem mais próximo dos clientes. E como o polo de Capuava, onde a Braskem tem fábricas, fica mais perto das indústrias de autopeças e de automóveis, é mais fácil localizar nessa unidade itens para esse mercado. Recentemente, o centro de pesquisas gaúcho passou a desenvolver tecnologia também para tanques de combustíveis de caminhões feitos em resina plástica, que deverão atender indústrias de veículos pesados da região.
 




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