Em 1999, o fotógrafo Marcelo Vigneron foi a Moçambique, na África, fazer uma reportagem para uma revista portuguesa. Acompanhou médicos, professores e profissionais agrícolas que foram destacados para auxiliar a população, que estava se reconstruindo após uma guerra civil que havia acabado em 1992, após 16 anos de conflito.

O trabalho de um mês nas províncias de Nyassa e Tete resultou em cerca de 300 fotografias da ex-colônia portuguesa. Para a matéria foram publicadas aproximadamente 40 imagens. “A proposta da revista era fazer as fotos coloridas, mas levei alguns filmes – porque naquela época ainda não existia nada digital – para fotografias em preto e branco também”, contou o fotógrafo.

Todas as 21 imagens da exposição são monocromáticas porque, segundo Vigneron, é o tipo que mais combina para fotografar pessoas. “A cor distrai na hora da visualização. Meu foco eram as pessoas, os olhares e as expressões. Nesse caso, achei que a ausência das cores seria o mais adequado.”

Em uma das fotografias, Vigneron retratou um pai com o filho durante uma missa campal num domingo. “O que mais víamos lá eram mães com crianças. Raramente tinha algum pai, até porque grande parte da população masculina foi dizimada durante a guerra. E aquele pai estava tão envolvido e ainda vestido com o que eles chamam de ‘roupa de domingo’, que me chamou a atenção.”

A primeira exposição de <CF51>Moçambique </CF>foi ainda em 1999, no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo. A partir de 2002 começou a rodar pelas unidades do Sesi. “As imagens podem já ter um tempinho, mas o contexto ainda é atual.” De acordo com a Unicef, Moçambique está entre os 20 países mais pobres do mundo e 58% das crianças vivem abaixo da linha da pobreza.

Moçambique - Exposição. Até dia 30 de setembro, no Sesi Santo André (Praça Dr. Armando de Arruda Pereira, 100, Santa Terezinha). Tel.: 4996 8633. De segunda a sexta, das 9h às 18h. Gratuita.