Montadora de caminhões em São Bernardo propôs
alterar cálculo do benefício, mas enfrentou rejeição
A produção da montadora de caminhões Scania, em São Bernardo, será paralisada na segunda-feira. A empresa propôs, em discussão com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, novo modelo de cálculo da PLR (Participação nos Lucros e Resultados), mas os trabalhadores rejeitaram, ontem, em assembleia realizada às 16h. Em seguida, votaram pela greve.
“O problema aqui é especificamente a PLR”, definiu o presidente da entidade, Rafael Marques, após comandar a assembleia. Ele explicou que as demais reivindicações da pauta, individual com a montadora, estão de acordo com os anseios dos trabalhadores. É o caso do reajuste salarial. “Eles ofereceram a inflação mais 2% de aumento real.”
A montadora quer acrescentar novo fator, relacionado à produção, no cálculo da PLR. Marques explicou que, desta maneira, um resultado inferior na fabricação da empresa diminuiria consideravelmente o benefício. Por outro lado, porém, não haveria elevação expressiva no pagamento com um grande incremento no número de unidades produzidas caso a metodologia antiga fosse mantida. O sindicato pleiteia a manutenção do cálculo da campanha de 2012, que garantiu uma PLR de, aproximadamente, R$ 11 mil para cada um dos 4.000 metalúrgicos da planta fabril.
Por nota, a Scania disse que continua aberta para conversas. “A empresa entende que a proposta apresentada está acima dos valores pagos na região e assegura maior estabilidade para os trabalhadores e sustentabilidade para a produção no Brasil.”
PRESSÃO - Ontem, pelo acordo coletivo discutido entre FEM-CUT/SP (Federação dos Sindicatos dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores) e os sindicatos patronais, a entidade realizou assembleias na B.Grob e Zema, em São Bernardo, e na Quimis, Isringhausen Industrial, Lisanfree, Belden e Papaiz, em Diadema.
Na segunda-feira, estão previstas assembleias na Panex, em São Bernardo, na Ouro Fino e na Inoxtubos, em Ribeirão Pires, e na Ifer e Resil, em Diadema. Segundo Marques, a ideia é continuar pressionando empresários em busca de um acordo favorável à categoria, de reajuste real de 2%. Terça é o prazo para que haja acordo, senão, haverá greve.
Metalúrgicos de Santo André e Mauá lançam pauta oficialmente
O Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá lança hoje, oficialmente, a campanha salarial 2013 na sede da entidade, em Santo André, às 10h. A expectativa da categoria é atingir reajuste superior ao do ano passado, que foi de reposição da inflação mais aumento real de 3%. A data base é no dia 1º de novembro.
Por estratégia, tendo em vista as dificuldades que outras categorias têm enfrentado nas suas campanhas, o sindicato não revela o percentual salarial reivindicado, explicou o secretário-geral da entidade, Sivaldo Silva Pereira, o Espirro. “Mas esperamos mais do que em 2012.”
Na segunda-feira, ao lado de outros sindicatos da central Força Sindical, os metalúrgicos de Santo André e Mauá entregarão a pauta para a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
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