Economia Titulo Campanha salarial
Metalúrgicos ampliam prazo para empresários apresentarem proposta

Limite foi prorrogado para terça;
sindicato prevê assembleias com até quatro horas nas fábricas

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
12/09/2013 | 07:15
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Orlando Filho/DGABC


Os metalúrgicos postergaram para até terça-feira o prazo para que o sindicato patronal apresente outra proposta à Campanha Salarial 2013. O limite anterior era amanhã. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, porém, até lá não estão descartadas assembleias nas empresas com paralisações de até quatro horas.

Ontem, em assembleia na fabricante de autopeças Kostal, em São Bernardo, o diretor executivo da entidade Amarildo do Sesário de Araújo, explicou a nova estratégia. “Vamos aguardar os resultados das reuniões do início da próxima semana. Caso não surja uma proposta favorável à categoria, é greve.” Coordenador do sindicato na Kostal, Cláudio Donizete dos Reis, ratificou: “É como se fala no chão de fábrica. Se o feijão está duro, bota pressão que ele amolece.”

As assembleias, que tiveram início na sexta-feira, têm por objetivo pressionar os empresários a contribuir com o sindicato patronal nas negociações com a FEM-CUT/SP (Federação dos Sindicatos dos metalúrgicos da CUT no Estado de São Paulo). A reivindicação principal é a reposição da inflação mais aumento real de 2%.

“Hoje foram duas horas, na próxima semana serão quatro horas, depois seis, e assim por diante”, afirmou por nota o coordenador do sindicato em Diadema, David de Carvalho.

Araújo chamou a atenção dos funcionários da Kostal, ontem no início da tarde, que é o período de troca de turno. “Estamos aqui. Organizamos as assembleias. Mas com 40% dos companheiros dando as costas para nós, fica difícil conseguir até aumento real.” A maioria dos empregados da autopeças que encerraram o trabalho do período da manhã não ficaram na empresa durante a assembleia, que levou cerca de 30 minutos. No entanto, o sindicalista disse que estava empolgado pela presença dos funcionários ali presentes, cerca de 200, que concordaram com a pressão aos patrões.

CRONOGRAMA

Segundo o sindicato, estão previstas assembleias hoje em São Bernardo na Fibam, Alumbra, Usimatic (prevista para ontem) e Karmann Ghia. Em Diadema, as manifestações ocorrem no Grupo Dana e na Brasmetal.

BANCÁRIOS

O Sindicato dos Bancários do Grande ABC conversou com funcionários dos bancos do Centro de Mauá, ontem, para explicar os próximos passos da Campanha Salarial 2013. Hoje a categoria faz assembleia para decidir se entram em greve a partir do dia 19. Isso porque os bancários pedem reajuste salarial de 11,93%, porém, a Fenaban (Federação Nacional de Bancos) propõe alta de 6,1%. Na região, as instituições financeiras contam com 7.300 empregados.

Em relação às questões econômicas, a Fenaban confirma que sua proposta é de incremento de 6,1% nos rendimentos, pisos e benefícios e de manutenção da fórmula de PLR (Participação nos Lucros e Resultados), com correção dos valores fixos e de tetos em 6,1%. A entidade destaca ainda que “o piso salarial da categoria subiu mais de 75% nos últimos sete anos e os salários foram reajustados em 58%, ante uma inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 42%.”

A “economia está num ritmo mais lento”, disse em nota o diretor de relações do trabalho da Fenaban, Magnus Ribas Apostólico. “É um momento de se preservar conquistas e não de aumentar custos, por isso a proposta prevê manutenção do poder aquisitivo.”

QUÍMICOS

O diretor do Sindicato dos Químicos do ABC e coordenador da Fetquim (Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT do Estado de São Paulo), Raimundo Suzart, disse que há previsão de que os patrões apresentem a primeira contraproposta até o dia 20. “Mas estamos preparados para dificuldades nas negociações. A maioria das empresas do setor tem muita importação e, com o problema do câmbio, estamos prontos para o debate.”  




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