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Prefeito diz que não abre mão do Semasa

Sabesp está de olho na possibilidade de gerir o sistema de água e esgoto de Santo André

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
11/09/2013 | 07:51
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O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), afirmou ontem que o governo não abrirá mão do comando do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), descartando fazer concessão da autarquia nos mesmos moldes firmados por Diadema, que entregou os serviços de água e esgoto à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). “Não há interesse da Prefeitura em se desfazer da autarquia. Muito pelo contrário. Queremos ampliar a produção por meio da ETA (Estação de Tratamento de Água).”

As declarações são direcionadas à diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena, que manifestou oficialmente disposição em conversar com Grana para iniciar negociação semelhante à realizada com a gestão Lauro Michels (PV), de Diadema, e com Donisete Braga (PT), de Mauá, que está em fase de análise. A Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema) possui dívida de R$ 1,1 bilhão e Lauro fechou convênio com a Sabesp em troca da liquidação do débito. No caso do Semasa, o passivo gira em torno de R$ 1,5 bilhão, porém não reconhecida pelo Paço.

Grana alegou que, se depender do prefeito – falando dele mesmo –, o Semasa vai continuar operando os serviços. Sobre a dívida, o petista alegou que manterá a defesa dos interesses da cidade. “Está na Justiça. Não tem dívida. Achamos que estamos certos. Não vamos abrir esse diálogo com a Sabesp”, justificou. O Semasa está em vias de contratar a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) para analisar o tamanho do débito. Parte se deve à diferença no pagamento do metro cúbico de água com o valor cobrado pela estatal.

Dilma Pena teceu críticas veladas à atitude de Grana em fazer auditoria no passivo. Segundo a diretora, uma situação de inadimplência não é adequada em nenhuma circunstância e frisou que o débito está aumentando a cada ano.

O secretário de Gabinete, Tiago Nogueira (PT), ponderou que a administração petista vai buscar acordo a longo prazo, mas que não está no horizonte qualquer convênio de concessão. “Não entregaremos o Semasa como fez Diadema. Até porque são situações diferentes”, disse, ao considerar que a autarquia é órgão ambiental. “O Semasa é muito maior que um serviço de água e esgoto.”

A Sabesp entrou com processo contra as prefeituras de Santo André, São Bernardo, Diadema e Mauá por não depositarem a quantia estipulada por ela pelo metro cúbico de água – a decisão das administrações foi adotada pelo Consórcio Intermunicipal. O Paço de São Bernardo fez pacto com a estatal para zerar a dívida.
 




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