Política Titulo Santo André
Sem dinheiro, gestão Grana montará memorial da repressão em 2014

João Avamileno nega grandes gastos com unidade e enviará projeto até dezembro para viabilizar proposta, prevista para o museu de Sto.André

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
08/09/2013 | 07:35
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Sem recursos financeiros, a gestão do prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), montará memorial da repressão em 2014, quando se completarão 50 anos do golpe militar no País. Incluída nos planos do ex-prefeito e secretário de Governo, João Avamileno (PT), a proposta deve ser enviada como projeto de lei à Câmara até dezembro para viabilizar, no ano que vem, o equipamento público, ocupando espaço no museu municipal, que passará por série de reformas estruturais.

Em contrapartida, Avamileno rechaçou que o centro de memória resulte em grandes gastos aos cofres públicos. Segundo o ex-prefeito, a unidade será instalada em uma sala, que atualmente está vazia dentro do museu, localizado na Rua Senador Flaquer. “O custo é mínimo, insignificante de manutenção e também baixo com pessoal. São de dois a três computadores e média de dois funcionários para atuar no arquivo. A estimativa é (despender) R$ 50 mil ao ano com o custeio.”

Avamileno avaliou que “é possível” viabilizar parcerias à proposta, como da Petrobras e Caixa Econômica Federal, que investem, juntas, R$ 70 mil para fazer campanha do seminário para debater a união de Brasil e Chile na ditadura, marcado para o dia 24, em Santo André – a discussão é feita pelo projeto Acorda ABC, aliado com o Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá (leia mais na página 4 do caderno Economia). “Podemos dialogar para estender a parceria ao memorial e acertar essa contribuição.”

O projeto de lei em elaboração no Paço passará pelo crivo do Legislativo, conforme informações do secretário, para que a Prefeitura detenha futuramente a responsabilidade sobre o local. A ideia é ter aprovada a proposta ainda neste ano para dar condições de equipar o memorial logo após as intervenções no museu, o que iria se concretizar mesmo sem a inclusão da nova unidade. “Queremos local necessário para servir de exemplo para que o período não seja perdido do tempo.”

A execução do plano tem como justificativa o histórico de lutas de movimentos populares e sindicais do Grande ABC no período de repressão militar, de 1964 a 1985. A questão da fundação do PT e atuação política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, à época, chegou a ser preso pelo Dops (Departamento de Ordem Política e Social), constarão no material. O Paço criará uma biblioteca, além de expor fotos e biografia de pessoas desaparecidas e mortas durante a ditadura.

Em agosto, a Prefeitura de Santo André fechou parceria com o Acorda ABC, cedendo espaço de uma sala no CPETR (Centro Público de Emprego, Trabalho e Renda) para a realização de seminários e palestras do projeto, funcionando como espécie de central.

TRABALHADORES
Comandada também pelo PT, o Paço de São Bernardo investe, em conjunto com a União, na construção do Museu do Trabalho e dos Trabalhadores, no Centro. O valor da intervenção é de R$ 18,3 milhões e tinha previsão de entrega em janeiro.
 




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