Economia Titulo Telecomunicações
Celulares ganham dígito 9 no restante de São Paulo

Mudança ocorre hoje, mas usuário consegue ligar com oito números até dezembro

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
25/08/2013 | 07:10
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Todos os telefones celulares no Estado de São Paulo contarão com o nono dígito a partir de hoje. Portanto, para realizar uma chamada para um aparelho móvel com DDD paulista fora da área 11 será necessário discar o 9 antes do endereço numérico.

A mudança já ocorreu no Grande ABC, ou seja, na área 11, em julho de 2012. Por determinação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), o novo dígito tem como objetivo atender à crescente demanda pelo serviço móvel no Brasil.

Para se ter noção da magnitude da mudança, explica a Anatel, o acréscimo do nono dígito amplia a capacidade do País de 37 milhões de linhas por DDD para 90 milhões de contas. E é preciso considerar que não são apenas os celulares que utilizam linhas. As maquininhas de cartões, por exemplo, normalmente têm chips exclusivos.

Na avaliação do professor João Carlos Lopes Fernandes, docente do curso de Engenharia de Computação do Instituto Mauá de Tecnologia, a inclusão do nono dígito nos demais DDDs não afetará nada a vida dos usuários da região, por exemplo, que já tiveram a alteração há um ano. “É apenas uma mudança técnica na central das operadoras”, destaca. Porém, ele lembra que a rede atual de telefonia móvel já está congestionada, e o acréscimo do 9 não atuará como um estímulo ao aumento do número de usuários.

Segundo a Anatel, o País encerrou junho com 265,7 milhões de linhas móveis ativas, ou 134 para cada 100 habitantes. Isso representou um acréscimo de 9,5 milhões de registros em apenas um ano. E o crescimento não para. Naquele mês, a agência registrou 215,3 mil habilitações.

O professor de Engenharia Elétrica especialista em telecomunicações, sistemas de comutação e sistemas de comunicações sem fio Antonio Carlos Gianoto, que ministra aulas no Centro Universitário da FEI, acredita que o acréscimo do nono dígito não trará grandes problemas aos usuários, do ponto de vista de rede. “Se tratando de tráfego de voz, aumentar o número de linhas em outros DDDs será normal. Acredito que as operadoras têm capacidade par isso.” Porém ele destacou que serão necessários investimentos em relação ao tráfego de informações. “Mas é interessante a elas, pois isso deve gerar alta na receita.”

CRONOGRAMA

Os usuários conseguirão realizar chamadas para os DDDs paulistas, excluindo a área 11, com oito números, ou acrescentando o dígito 9, até o dia 3. Após essa data, todas as chamadas com endereço numérico de oito dígitos receberão a mensagem sobre a mudança até o dia 2 de dezembro. Será facultativo a quem telefonar completá-las ou rediscá-las com o acréscimo do 9 até a data.

O mesmo acontecerá no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. Porém, nessas áreas, as mudanças terão início no dia 27 de outubro e serão efetivas a partir de 3 de fevereiro. Para padronizar, a Anatel completa a mudança por todo o País até o fim de dezembro de 2016.

O programador andreense Winicius Moreira Pousada, 22 anos, lembra que quando soube da notícia de que entraria mais um dígito, em julho do ano passado, não se espantou. Disse que entendia o motivo, pois sabia que várias pessoas no País já adquiriam o segundo celular, e não encontrou dificuldade em configurar a sua agenda. “A tecnologia dos smartphones, da internet sem fio e das redes sociais tem atraído bastante pessoas para adquirirem celulares”, destacou, avaliando como normal a mudança.


APARELHO FIXO

O professor de Engenharia Elétrica especialista em telecomunicações, sistemas de comutação e sistemas de comunicações sem fio Antonio Carlos Gianoto, que ministra aulas no Centro Universitário da FEI, acredita que o telefone fixo terá ainda uma vida longa mesmo com o aumento acelerado da utilização de telefones celulares. “Ainda é um serviço que tem credibilidade e confiabilidade.”

Ele argumenta que diferentemente do que ocorre com a telefonia móvel, que em algumas situações sofre panes nos sistemas e os usuários não conseguem completar as ligações, no fixo não há esse problema. “Sem contar que é diferente de um aparelho celular. Não há necessidade de energia elétrica para funcionar (desconsiderando aparelhos fixos elétricos)”, destaca Gianoto.

Isso ocorre porque atualmente as centrais telefônicas mantêm um tipo de bateria que sustenta uma corrente de baixa tensão em toda a rede de telefonia fixa. Desta maneira, sem a energia elétrica que estamos acostumados, a própria linha alimenta os conversores, que mudam os sinais elétricos para acústicos e também funciona como combustível para o mecanismo da campainha.  




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