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Primeira parcela do 13º pode ajudar sair do vermelho

Em vez de curtir o consumo, o aposentado
deve aproveitar para eliminar juros altos

Andréa Ciaffone
Do Diário do Grande ABC
24/08/2013 | 07:29
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Divulgação


O 13º salário é a forma que a legislação encontrou de fazer com que os adultos continuem a acreditar em Papai-Noel. Afinal, ter um salário a mais – inteirinho! – para gastar no fim do ano comprando coisas para si mesmo e presentes para os entes queridos é um tremendo presente.

Por isso, quando os economistas sugerem que, em vez de cair na farra do consumo, esse dinheiro seja usado para curar a ressaca financeira de outros excessos no uso do crédito, a reação de muita gente seja semelhante à de uma criança que derruba o sorvete no chão: desapontamento e frustração. Mas, quem lida com dinheiro de forma madura – o que se supõe da geração que já está aposentada – deve avaliar esse conselho com simpatia.

A partir de segunda-feira, 26 de agosto, os aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) começam a receber a primeira parcela do 13º salário. “O bom de ser agora é que o bombardeamento do marketing que incentiva as compras ainda não está tão ativo quanto em dezembro, o que permite uma avaliação mais equilibrada das opções do que fazer com o dinheiro”, observa o economista da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida.

A recomendação da empresa especializada em informações sobre crédito é que os beneficiários utilizem essa antecipação do abono de Natal para quitar as dívidas mais caras, como o rotativo do cartão de crédito e o cheque especial. De acordo com pesquisa realizada recentemente pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano), cerca de 12 mil famílias que têm um idoso como chefe estão lidando com faturas em atraso. Ou seja, estão pagando juros do crédito rotativo, os mais altos praticados no País, com taxas de até 654% ao ano.

RAZÃO X EMOÇÃO - Esse é um presente que não vem embrulhado em papel brilhante e adornado com fitas, mas é de grande valor. Afinal, significa escapar de juros escorchantes.

Apesar disso, há quem resista à ideia de colocar o prêmio anual no pagamento de um boleto. “De forma geral, é o comportamento (que inclui impulsos nada racionais e é influenciável pelo marketing) que impede a pessoa de usar o dinheiro disponível para sair das dívidas”, diz Almeida.

O economista explica que o estudo Indicador de Educação Financeira realizado neste ano pela Serasa mostra que o brasileiro tem conhecimento sobre as questões financeiras, como o impacto das taxas de juros; ele tem atitude, no sentido de entender as suas decisões, mas ele peca na hora de agir.

“Metade demonstrou usar inadequadamente o dinheiro e o crédito, confessou que gasta mais do que ganha, não poupa e não pensa no futuro – só 2% têm previdência privada. E isso ocorre em todas as classes sociais, o que é mais alarmante”, diz Almeida, que lembra que os endividados das classes A e B têm bens para compensar o descontrole, já os das classes C, D e E acabam com o nome sujo.

Para os que estiverem com a vida financeira em dia, a orientação é poupar todo ou parte do dinheiro extra para utilizar no abatimento de despesas futuras, como IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). É importante lembrar que a segunda parcela do 13º salário será menor, devido ao desconto do Imposto de Renda.
 




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