Envolvido em confusão na sessão de quarta-feira, o presidente da Câmara de São Bernardo, Tião Mateus (PT), declarou que o Legislativo ainda não implantou um Código de Ética porque os parlamentares não querem. “Eu já tentei, mas tem vereador aqui que não aceita. Não só nesta legislatura como na passada. Tanto que (a proposta antiga) foi arquivada”, disse o petista.

O discurso da maioria dos parlamentares é de apoio ao manual de conduta, mas o corporativismo vai enterrar novamente a proposta, discutida à exaustão desde a década de 1990. Principalmente porque os vereadores temem avalizar mecanismos que possam ser aplicados a eles mesmos.

Durante os trabalhos de quarta-feira, Tião Mateus se desentendeu por três vezes com o líder da bancada do PPS, Osvaldinho Camargo, que acusou o petista de autoritário e insinuou brigar com o chefe da Casa, chamando o petista “para conversar lá fora.”

Foi a terceira vez desde o começo do ano que o popular-socialista bate boca com outros parlamentares. Ele já discutiu com os petistas Paulo Dias e Luiz Francisco da Silva, o Luizinho.

Foi justamente a briga entre Osvaldinho e Paulo Dias, em fevereiro, – quando a confusão quase terminou em troca de socos – que reacendeu a discussão sobre a instalação do Código de Ética. Tião Mateus designou os vereadores Antonio Cabrera (PSB) e Gilberto França (PMDB) para analisarem a última proposta apresentada em 2010, mas o trabalho não prosseguiu.

Dois projetos sobre o assunto tramitaram na Casa. Um de Pery Cartola (PPS) e outro de Paulo Dias – esse ainda em andamento.

A proposta foi colocada em pauta após o polêmico episódio do ‘voto fantasma’, ocorrido em 2010, quando um sufrágio a mais apareceu no painel de votação da Casa, sem a presença de Marcelo Lima. O caso foi arquivado.