No primeiro semestre, a maioria das negociações salariais no País, ou 34,8%, resultou em acordos para reajustes entre 0,01% a 1% acima da inflação, informou o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos). Várias categorias com forte representação no Grande ABC, no entanto, ainda discutem com os patrões os dissídios. Entre elas os bancários, que reivindicam aumento real de 5%, e os trabalhadores dos Correios, que pedem 6%.

Segundo o Dieese, os primeiros seis meses concentraram 328 unidades de negociações. Deste número, 84,5% resultaram em acordos para incrementos salariais superiores ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). O percentual é inferior ao de 2012, quando 96,3% conseguiram dissídios com expansão real.

Para o coordenador de relações sindicais do Dieese, José Silvestre Prado de Oliveira, mesmo com redução em relação ao ano passado, o dado é positivo. “Apesar do ligeiro recuo em relação aos resultados do primeiro semestre e do ano passado, se mantém a trajetória das negociações com ganhos reais. Essa ligeira piora aconteceu pelo aumento da inflação em relação ao mesmo período de 2012”, afirmou. “A inflação é a variável determinante no valor do reajuste.”

O setor de comércio garantiu alta real nos rendimentos em 97,8% dos acordos. “Há muita influência do salário-mínimo (de R$ 678, que subiu 9% neste ano)”, disse Oliveira. A indústria garantiu acréscimo real em 85% dos casos, e os serviços, 79%.