A confissão do senador chileno Jorge Lavandero de que cometeu abusos sexuais contra quatro menores, depois de ter negado as acusações durante meses, deu novos contornos à história de pedofilia que comoveu o país e deve resultar na prisão deste político de 75 anos. A acusação levou o partido PDC (Democracia Cristã) a expulsar Lavandero, que integrou o partido por 42 anos e já tinha se afastado da militância, ,ao longo dos quais construiu sua carreira como deputado, senador e líder de destaque.

Depois de árduas negociações entre a defesa e a promotoria, Lavandero - um ex-influente dirigente da PDC, no poder aceitou nesta segunda-feira, forçado pelas circunstâncias, sua responsabilidade nos abusos contra três meninas e um menino entre 2000 e 2003.

"Dolorosa e lamentavelmente, tenho que aceitar", afirmou o político diante da juíza Georgina Gutiérrez numa audiência celebrada na cidade de Temuco, ao sul de Santiago.

Depois da surpreendente confissão, a juíza decretou a culpabilidade do senador chileno e deve anunciar a sentença na próxima terça-feira.

Ao aceitar sua culpa, segundo as leis chilenas, Lavandero poderá receber uma pena máxima de cinco anos, exatamente como foi pedido pelo promotor do caso, Xavier Armendáriz, depois de um acordo com os advogados de defesa.