O dólar atingiu o seu maior valor em real desde o dia 11 de março de 2009. Ontem, segundo dados do BC (Banco Central), a moeda norte-americana chegou a R$ 2,35, mesmo valor de quatro anos atrás.

 Isso significa que os consumidores enfrentarão algumas dificuldades em relação aos preços. O principal impacto no bolso é o encarecimento dos produtos importados. “Os nacionais que têm componentes importados também terão alta nos valores”, destacou o especialista em finanças pessoais André Massaro.

 As viagens também terão alta nos preços. Principalmente porque o setor aéreo tem muitas de suas despesas mensuradas em dólar, o que deve ser repassado em preços de passagens. E, é claro, para pagar um hotel fora do País será necessário desembolsar mais reais.

 O recorde de valorização cambial é referente ao dólar oficial. Porém, para os turistas, será necessário desembolsar mais reais, pois o dólar turismo está muito mais caro. Segundo a Agência Estado, fechou em média de R$ 2,50 ontem.

 Gastar no cartão de crédito nos próximos dias durante uma viagem internacional pode não ser uma boa ideia. Isso porque a tendência é de manutenção da valorização do dólar frente ao real, destacou o professor de Finanças Ruy Cardoso, que ministra aulas na Universidade Presbiteriana Mackenzie, FIA, Fipecafi e Facamp.

 “Na minha opinião, claro que é apenas uma estimativa, o dólar se manterá valorizado até 2014”, destacou Cardoso.

 Ele explicou que com a economia dos Estados Unidos voltando aos eixos, o dólar tem se firmado mais uma vez como uma moeda muito forte internacionalmente. E se a demanda por ele continuar acentuada, como ocorre na China, ele fica mais escasso e, automaticamente, com mais agentes com interesse geram valorização. Como o País depende muito da economia internacional, o real acaba caindo.

 Cardoso destacou que, para a indústria, a valorização do dólar sobre o real só é interessante para aquelas empresas que exportam para mercados que estão com a demanda em alta.