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Diniz e Atila trocam farpas e clima esquenta

Ex-chefe da Sama alfineta atual superintendente, que o rebate; os dois serão candidatos em 2014

Bruno Coelho
Do Diário do Grande ABC
15/08/2013 | 07:34
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Resta um ano para a disputa eleitoral de 2014, mas o clima entre dois pré-candidatos a deputado estadual em Mauá já esquentou, tendo a Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) no epicentro da briga. Ex-superintendente da autarquia, Diniz Lopes (PR) fez duras críticas ao desempenho do atual chefe da companhia, Atila Jacomussi (PCdoB). Por sua vez, o comunista o rebateu e emendou: “Merece ganhar o troféu pinóquio.”

Em visita aos vereadores na sessão de terça-feira, Diniz – que dirigiu a Sama entre 2009 e 2012 – questionou a coerência de Atila frente à autarquia pelo posicionamento tomado como candidato ao Paço no ano passado. “Na eleição, ele disse que a conta de água estava cara, mas não reduziu. Fez requerimento (como vereador) questionando o contrato da Sama com a Oestevalle (Pavimentações e Construções Ltda), mas não rompeu”, disse.

Diniz ainda insinuou que Atila usa a Sama para se promover, tendo em vista a campanha para deputado estadual. Ele criticou as pavimentações de ruas, o que, segundo o ex-chefe da autarquia, deveria ser responsabilidade do governo do prefeito Donisete Braga (PT). “Neste ano, Mauá ficou quatro vezes sem água. Então, a cidade está um caos e o Atila está preocupado com a campanha (de deputado estadual).”

Atila, irritado, disparou críticas contra o ex-superintendente, alegando que há tentativa de antecipar o debate eleitoral.

Em seguida, o comunista lembrou que o último reajuste na tarifa de água foi em novembro, quando a autarquia estava sob tutela de Ivã Ribeiro de Oliveira, aliado de Diniz – que pediu exoneração da superintendência meses antes para se candidatar à Prefeitura.

O ex-vereador ressaltou que a Sama investe para melhorias na distribuição de água em Mauá. “(Em 2012) A cidade ficou 15 dias sem água na gestão dele. Na nossa gestão, em nenhum caso ficamos mais que 12 horas sem abastecimento”, alfinetou.
Sobre a crítica às pavimentações de ruas, Atila disse que essa é uma atribuição legal da Sama e voltou a rebater Diniz. O atual chefe da companhia criticou o envolvimento da autarquia na construção de uma praça frente à UPA Vila Magini, em licitação de R$ 149 mil. “Ele merece ganhar o troféu pinóquio. A Sama pode fazer praça? Não. Mas pode fazer recuperação de via pública”, rebateu.

OESTEVALLE
Objeto de discussão, a Oestevalle tem contrato com a Sama até dezembro, mas o vínculo foi considerado irregular pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), cujo acórdão foi publicado no dia 10. A corte ainda multou Diniz em R$ 9.685 pela realização da licitação. Contudo, os envolvidos ainda têm direito a recursos.

Segundo Atila, se o tribunal manter o veredicto após a fase de defesa, romperá imediatamente o vínculo com a Oestevalle. O contrato com a empresa é de R$ 13,5 milhões.

Em 2009, Atila, como vereador, fez requerimento junto com Manoel Lopes (DEM), irmão de Diniz, indagando a contratação emergencial da Sama com a Oestevalle, no valor de R$ 3,6 milhões, para realizar serviços já previstos no contrato original entre as partes.

RIVALIDADE
Tanto Atila como Diniz aceitam o desafio de fazer comparativos de suas gestões frente à Sama em 2014. Os dois protagonizarão mais uma capítulo dessa rivalidade, desta vez com foco na Assembleia Legislativa.

Na corrida ao Paço, no ano passado, Atila, no PPS, foi o terceiro mais votado com apoio de 26.520 eleitores (13,35% dos votos válidos). Já Diniz passou por problemas com a Lei Ficha Limpa durante o pleito e não teve contabilizados os 15.367 sufrágios (foi o quinto colocado na disputa).
 




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