Economia Titulo Terceira Idade
Cartão de crédito
é o vilão dos
aposentados
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
11/08/2013 | 07:21
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Divulgação


Quando o assunto é dinheiro, as pessoas sempre ficam atentas. Ninguém está interessado em atender ligações de cobranças de bancos, lojas e financeiras. Mas alguns consumidores acabam se enrolando com as dívidas. E na região, ao considerar as famílias cujo chefe é um idoso – são responsáveis pelo domicílio, na maioria formados por um casal ou uma pessoa – com 60 anos ou mais, o cartão de crédito é o maior vilão.

Em 2012, o Grande ABC tinha 795 mil domicílios, tendo em vista que 30,2% deles, aproximadamente 240 mil, tinham idoso como o chefe de família. E neste grupo, 5,3%, ou 12 mil famílias, apresentavam dívidas em atraso no plástico. Elas estavam a um passo de um precipício financeiro. Isso porque esse tipo de operação é o mais caro que o mercado financeiro tem disponível aos consumidores. Em resumo, os juros são muito altos e os atrasos aumentam os valores do débito rapidamente.

“O grande problema de quem atrasa o pagamento da fatura do cartão de crédito é o custo. Quando deixa de pagar, entra no rotativo, que tem os juros mais caros do País”, garante o diretor executivo e responsável pelas pesquisas de juros da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), Miguel Ribeiro de Oliveira.

Em junho, por exemplo, os juros mensais cobrados nas faturas atrasadas do cartão de crédito eram de, em média, 9,37% ao mês. Uma conta rápida mostra que uma mensalidade atrasada de R$ 100 custaria R$ 109,37. Praticamente o preço de dois cafezinhos e um pão de queijo, ou três litros de leite, ou pelo menos contra-filé o suficiente para fazer quatro bifes no almoço.

As informações fazem parte de estudo desenvolvido pelo Inpes-USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano). Para chegar aos resultados, foram analisados dados da pesquisa socioeconômica, da própria instituição de ensino, em conjunto com dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

OUTRAS SITUAÇÕES

Uma roupa aqui, um sapato ali e as contas vão preenchendo a gaveta das famílias cujo o idoso é o chefe. Segundo a pesquisa, as prestações de loja são o segundo tipo de dívida em atraso mais presente. São aproximadamente 9.600 famílias com essa preocupação.

Porém, as parcelas dos cartões de crédito e das lojas em atraso não são exclusividade da população da terceira idade. Considerando todas as famílias da região, esses dois débitos também são os mais presentes.

Em terceiro lugar, para os idosos, vem os empréstimos em bancos e financeiras, que em 2012 estavam com prestações atrasadas em 4.300 residências.

ACERTANDO

Oliveira orienta que as pessoas busquem crédito mais barato para liquidar dívidas do cartão. “Se deixar de lado, os juros podem aumentar e uma dívida de R$ 1.000, em seis meses, passa para R$ 2.000.”

Uma das soluções disponíveis é o crédito consignado. “Pago as parcelas por meio de desconto na folha de pagamento do benefício”, diz a aposentada Edna Brancaglion, 58 anos, destacando que é impossível atrasar e, por isso, os juros são bem baixos.




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