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O sequestro da Saned

A cidade de Diadema está prestes a perder uma de suas conquistas mais preciosas: a Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema)...

Do Diário OnLine
10/08/2013 | 09:59
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ARTIGO

O sequestro da Saned

A cidade de Diadema está prestes a perder uma de suas conquistas mais preciosas: a Saned (Companhia de Saneamento Básico de Diadema). Em acordo disfarçado de negociação de dívida, a Sabesp (Saneamento Básico do Estado de São Paulo), representada por sua diretora-presidente, Dilma Pena, e o atual prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), querem sequestrar dos diademenses este bem conseguido com muita luta e participação popular nas gestões do Partido dos Trabalhadores na cidade.

Como cidadão e ex-prefeito de Diadema (2009-2012), e em defesa do protagonismo municipal nesta relação opressora que a Sabesp impõe aos municípios da RMSP (Região Metropolitana de São Paulo), venho aqui responder às acusações caluniosas da senhora Pena e do senhor Michels.

Em entrevista a este Diário (Política, dia 8 de julho), Dilma Pena se refere a uma dívida absurda, de R$ 1 bilhão, da Saned com a Sabesp. É preciso esclarecer que não há dívida líquida. Tanto a dívida originada pela retomada do serviço pelo município quanto a que tem origem na tarifa de água por atacado estão, ainda, sendo discutidas em juízo.

A criação da Companhia de Saneamento Básico de Diadema, em 1994, significou colocar nas mãos do município a gestão da água, contra os valores exorbitantes da tarifa da água por atacado cobrados pela Sabesp. Antes da constituição da Saned, era enorme a dificuldade para atender os moradores das favelas, locais em que a Sabesp se recusava a realizar obras de abastecimento.

Desde 1998, Diadema vem pagando pela água o que sua população considerou justo pagar. Mas sempre nos dispomos a negociar com a Sabesp. Em 2010, construímos, junto com Dilma Pena, a solução de criação de empresa de economia mista, a Caed (Companhia de Água e Esgoto de Diadema), constituída pela Lei Municipal 3.123/11.

Desde o início do governo Geraldo Alckmin (PSDB), entretanto, a Sabesp passou a criar tal gama de entraves nos parâmetros da regulação – de forma, esta sim, irresponsável – que não foi possível assinarmos acordo antes do fim de nossa gestão.

Ao contrário do que diz Michels – também neste Diário (Política, dia 13 de julho) –, a Saned não é uma bomba, é uma árdua conquista dos diademenses, que ele agora entrega de bandeja à Sabesp, numa postura vacilante, e em prejuízo da população: quem vai pagar a conta da suposta dívida é o povo de Diadema, no aumento da tarifa.

Mário Reali é arquiteto e urbanista pela FAU-USP, especialista em desenvolvimento urbano da Secretaria Municipal de Relações Internacionais e Federativas da prefeitura de São Paulo.

PALAVRA DO LEITOR

William Dib

Em Artigo neste Diário (Opinião, dia 4), o deputado federal William Dib dá banho de demagogia, numa sofismática e lamentável escrita que oculta, ainda, ao crivo distraído de muitos leitores, egotismo clássico. Assiste há décadas a desgraça de São Bernardo, mormente no meio ambiente. É muito difícil contemplar um legislador da Câmara Federal, falando de maneira tão socapa, convivendo com centenas de pares, alguns até com prisão decretada, se postando como paladinos. Me desculpe a franqueza, deputado, mas o senhor descreveu a sua própria imagem, se aquieta diante dos reais problemas e suas causas! Cada nome do Congresso Nacional ostenta uma carga biográfica horrorosa, conivência e/ou convive com detentores dessas, mas a modernidade nos permite saber de (quase) tudo. As manifestações são, em primeira análise, contra a presença dos senhores, todos, como homens públicos, que não fazem leis que nos protejam dos Dib, Alckmim, Renan, Temer, Tiririca, Cachoeira, Paulinho da Força, Campos Machado, Aidan, Marinho etc.

Paulo Rogério Bolas, Santo André

Perturbação

Moro na Rua Aracati, Jardim da Represa, em São Bernardo, há mais de 20 anos. Na via atrás de minha residência tem um trailer, no qual, de dois anos para cá, acontecem shows ao vivo. Há dois anos, após a meia-noite de sexta e a partir das 20h do domingo até a 1h de segunda, não conseguimos mais dormir, tampouco assistir à TV. Tentamos a polícia e a Prefeitura por diversas vezes e nada! É situação lamentável! Pago impostos e uma pessoa sem o mínimo de consciência atormenta o bairro. Percebemos que a atuação da Prefeitura só funciona em bairros próximos ao Centro e nós, da periferia, sofremos! Temos os mesmos direitos, mas, infelizmente, não é assim. O trailer fica na Rua Boa Vista, 43, no Jardim da Represa, em São Bernardo, e o nome é Trailer do Val.

Pedro Marcondes Godoy, São Bernardo

Resposta

Com referência à carta do leitor Charles França (Transparência, dia 8), a Câmara de São Bernardo tem a informar que em muito breve o público poderá acompanhar as sessões pelo site do Legislativo e também iremos pleitear, a exemplo de outras câmaras, que os trabalhos sejam transmitidos ao vivo na programação da empresa de TV por assinatura que opera na região. Desde segunda-feira, a Câmara já conta com nova home page na internet, que está em fase de ajustes técnicos e de operacionalização de conteúdo, e que contará com estrutura para transmitir as sessões pelo sistema de streaming. A TV Câmara de São Bernardo, que já chegou a ser cotada ao preço de R$ 1 milhão por mês (um total de R$ 12 milhões anuais), pode vir a ser implementada sem qualquer custo adicional ao Legislativo, já que o novo site terá estrutura para essa transmissão, com a compra de equipamentos próprios e operada pelos próprios servidores do Legislativo.

Câmara de São Bernardo

Cassação

Deixar que o Congresso tome a iniciativa de cassar deputados é o mesmo que fechar os olhos aos desmandos que acontecem neste País. Como esperar que uma casa corporativa como o Congresso seja capaz de cassar seus pares? O que podemos esperar é que a Câmara vai empurrar o assunto com a barriga, ganhar tempo até que o mandato dos tais deputados condenados termine. Enquanto isso eles receberão os salários tranquilamente, sem serem incomodados. Essa desfaçatez é mais um exemplo de que neste País o crime compensa, e quem deveria dar o exemplo, dá o pior exemplo e se mantém no poder. Ou o eleitor cria vergonha e não alimenta essa corja, permitindo que essa gente se eleja, reeleja, ou o País está perdido. Um acinte!

Izabel Avallone, Capital

Iguais

Time do calibre do Santos FC vai à Europa e perde por 8 a 0. Semanas depois, esse mesmo Santos joga com outro grande paulista, o campeoníssimo Corinthians, e empata por apenas 1 a 1. Onde se conclui que os nossos times, antes referências mundiais, hoje estão na mesma velha ‘draga’. Que triste fim para aquele futebol tão arrebatador!

José Marques, Capital




Comentários

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