O sul do Líbano vive neste sábado seu pior dia de bombardeios desde que começaram os confrontos entre Israel e o Hezbollah, em 12 de julho. Segundo a polícia libanesa, entre 5h e 12h hora local (23h de sexta-feira e 6h deste sábado em Brasília), o exército israelense realizou 250 ataques aéreos e disparou quatro mil obuses.

Os bombardeios visaram cerca de 20 vilarejos do sul do Líbano, seguindo um arco começando por Nabatiyé até a região de Tiro, passando pelas localidades de Marjayoun e Bint Jbeil, situadas na zona da fronteira. Ao mesmo tempo, mais a leste, tropas israelenses, que invadiram vários quilômetros do território libanês, e os combatentes do Hezbollah dão continuidade a seus enfrentamentos.

Segundo uma fonte israelense, a aviação atacou concretamente duas plataformas de lançamento de mísseis na parte sul de Beirute, postos de operações, escritórios, depósitos de armas do Hezbollah e um centro de recrutamento de ativistas do movimento xiita Amal. Esta fonte disse também que, antes dessas operações, as aeronaves lançaram panfletos advertindo a população para que deixasse o local.

O Exército israelense conduziu neste sábado pela manhã uma operação de comandos na cidade de Tiro. Segundo um porta-voz, oito soldados foram feridos. Além disso, um grande número de terroristas foram mortos durante este ataque aéreo.

Esta nova operação, a segunda em uma semana, incluiu o desembarque de comandos da marinha e a aterrissagem de helicópteros nas proximidades de Tiro, e despertou a cidade com explosões e trocas de tiros. Entrevistado pela rádio pública israelense, o general Udi Adam, comandante da região militar norte de Israel, indicou que "unidades especiais do exército entraram em Tiro em busca de seus objetivos: matar responsáveis do Hezbollah e destruir seu importante arsenal no local".

Um militar libanês morreu quando a bateria antiaérea que ele usava foi destruída por um míssil israelense. As trocas de tiros semearam pânico entre os últimos habitantes de Tiro. Uma clínica particular na entrada norte da cidade juntou os doentes no térreo para protegê-los. "É uma verdadeira batalha", disse um médico, sem se identificar.

Segundo um porta-voz do Exército de Tel Aviv, um soldado israelense foi morto na madrugada de sexta-feira para sábado e um outro foi levemente ferido no setor de Taïbé. Esta morte aumenta para 45 o número de militares mortos no Líbano desde o início da ofensiva israelense contra o Hezbollah. Na periferia sul de Beirute, três sudaneses foram mortos no alvorecer deste sábado por um bombardeio israelense.