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Ex-secretário do Partido Comunista é assasinado em Beirute
Da AFP
21/06/2005 | 19:13
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O ex-secretário-geral do Partido Comunista libanês Georges Hawi, ligado à oposição anti-síria, foi assassinado nesta terça-feira em um atentado com carro-bomba em Beirute, menos de três semanas depois da morte, da mesma forma, de Samir Kassir, um jornalista anti-sírio. Hawi deve ser enterrado nesta sexta-feira durante funerais populares em Beirute.

O atentado aconteceu depois das eleições legislativas que deram vitória a uma coalizão anti-síria reunida em torno de Saad Hariri, filho do ex-premiê sunita Rafic Hariri, assassinado em fevereiro. Deputados da oposição anti-síria afirmaram de imediato que o crime era obra dos serviços de inteligência libaneses, que, segundo eles, continuam sendo fiéis à Síria.

O ministro sírio de Informação, Mahdi Dakhlala, denunciou o assassinato de Hawi, afirmando que o caso se inscreve no âmbito "das repetidas violações contra a soberania do Líbano".

Georges Hawi, 67 anos, estava em um automóvel perto de sua residência no bairro de Wata Moussaytbeh quando a explosão aconteceu, às 10h (horário local).

Segundo testemunhas, Hawi estava sentado ao lado do motorista, que dirigia o veículo, no momento do atentado. O motorista ferido foi levado para um hospital. Ao que tudo indica, o crime foi cometido através de um sistema de controle remoto. As equipes de emergência chegaram rapidamente ao bairro comercial muito populoso. As forças de segurança isolaram a área para evitar o assédio da multidão.

A esposa do líder comunista seguiu para o local do atentado, mas desmaiou e teve que ser retirada para receber atendimento médico.

Hawi seguia para uma reunião com o líder do movimento Esquerda Democrática, Elias Atallah, eleito deputado pelo Líbano norte, quando aconteceu a explosão.

"Era um combatente pela democracia", disse Atallah, que acrescentou que o atentado "não foi o último, a menos que sejam tomadas medidas para deter o monstro dos serviços de segurança e de informação".

"Vi Georges na semana passada. Ele dizia que nos matariam a todos se não fizéssemos algo, numa referência aos serviços de segurança sírio-libaneses", afirmou Walid Fakhreddine, membro da Esquerda Democrática.

O deputado Saad Hariri afirmou, através de um comunicado, que se tratou de "um atentado terrorista" que tem como objetivo mostrar "que o Líbano é incapaz de autogovernar-se".

Londres e Washington pediram a abertura de uma investigação. A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, exigiu terça-feira à Síria que "pare" com suas atividades de desestabilização no Líbano.




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