Economia Titulo Finanças
Renda do ABC é
79% maior que do País

Salários, condições de Saúde, Educação e
infraestrutura econômica sustentam resultado

Pedro Souza
do Diário do Grande ABC
06/08/2013 | 07:04
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Denis Maciel/DGABC


Em 2011, a renda média familiar per capita do grupo Santo André, São Bernardo e São Caetano atingiu R$ 1.507,43. Com isso, as cidades mostraram uma maturidade econômica e situação do mercado de trabalho bem superior, dadas as suas proporções, do que o País, já que o valor é 79% maior do que a média nacional.

As informações são fruto de cruzamento de informações da Pesquisa Socioeconômica do Inpes/USCS (Instituto de Pesquisas da Universidade Municipal de São Caetano) e da quarta edição do estudo Vozes da Nova Classe Média, divulgado ontem, pela SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) da Presidência da República, por meio do seu órgão de pesquisa, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). No País, cada morador de um domicílio apresentava rendimento médio de R$ 840,86 em 2011. Os valores são de fevereiro de 2013.

Professor de Relações Trabalhistas e Sindicais, Gestão, Recursos Humanos, Micro e Pequenas Empresas e Empreendedorismo, Luiz Silvério Silva, que ministra aulas na Universidade Metodista de São Paulo, afirmou que essa diferença é histórica entre a região e o País.

O piso das categorias é muito alto nas três cidades. Na região, temos as montadoras e o polo petroquímico, que puxam toda a cadeia para cima, quando o assunto é o piso salarial. Isso explica a diferença da média nacional (que tem grande diversidade de características no mercado de trabalho)”, explicou Silva.

Ponderando que a comparação de médias entre duas regiões totalmente diferentes seria injusta com os extremos incluídos no resultado, o professor de Economia da Fundação Santo André Volney Gouveia disse que as três cidades do Grande ABC contam com fatores que as deixam na frente quando o assunto é geração de renda.

“Naturalmente o nível de renda guarda uma relação de melhor aparato de Saúde, Educação e infraestrutura tecnológica, elementos que são responsáveis pelo desenvolvimento econômico da região. Temos a capacidade de gerar um rendimento maior para as famílias”, avaliou Gouveia.

Conforme publicado ontem no Diário, a renda média familiar em fevereiro era de R$ 3.724,46 nas sete cidades. Isso significa que para o Grande ABC, o per capita é pouco menor do que nas três cidades, de R$ 1.233,89.

A renda per capita das famílias brasileiras aumentou 32% em uma década encerrada em 2011, passando de R$ 634 para R$ 840, a preços de 2013. No mesmo período, para Santo André, São Bernardo e São Caetano, a evolução atingiu 27%. Saltou de R$ 1.250 para R$ 1.507.

O professor de Economia da Fundação Santo André Volney Gouveia avaliou que essa diferença de crescimento pode ser explicada pelo maior valor da renda das três cidades da região. Tendo em vista um aumento, por exemplo, de 70% da renda na região representa muito mais do que 100% no País, cujo valor era menor.

Por outro lado, ele analisa que para a economia nacional e também para os menos abastados, o resultado é importante. “Essa evolução mostra que a renda dos mais pobres está aumentando rapidamente, e dos ricos nem tanto, o que eleva a média, já que são a maioria.”

Gouveia explicou que hoje, no País, 10% da população que possuem a maior renda são detentores de 40% da riqueza nacional. E o resultado da renda média per capita brasileira pode indicar redução na desigualdade econômica.
 




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