Faltam exatos dez dias para o Dia dos Pais. Até lá, de olho nas vendas, o comércio deve intensificar a diversidade de opções expostas nas vitrines. Neste ano, a projeção é de que a data comemorativa movimente R$ 58 milhões no Grande ABC, mantendo assim a estabilidade, descontada a inflação do período de 6,14%, e ao comparar com o volume obtido no mesmo período em 2012 (R$ 55 milhões).

 Os dados fazem parte da PIC (Pesquisa da Intenção de Compra) do Dia dos Pais, realizada pelo Observatório Econômico da Faculdade de Administração e Economia da Universidade Metodista de São Paulo. Vale lembrar que o Grande ABC é o quinto maior mercado de consumo do País, com potencial R$ 56,16 de bilhões.

 Para a data, os consumidores da região estão dispostos a gastar, em média, R$ 145,40 por presente – queda real de 5% em relação a 2012. Já os gastos programados (totais) permaneceram estáveis de um ano para outro: R$ 185,70. “A conjuntura econômica é diferente à de 2012. O mercado de trabalho está estável, o crédito mais restrito. Portanto, os consumidores mais cautelosos”, pondera o coordenador do estudo, o professor de Economia Sandro Maskio.

OPÇÕES

 Os principais produtos eleitos para presentear os papais são roupas e calçados; perfumes e cosméticos; jóias e relógios e artigos específicos. “Vestuários estão sempre no topo das listas por um motivo muito simples: há sempre opções para todos os bolsos e gostos”, analisa Maskio.

 Na hora de pagar, 66% dos consumidores reveleram preferir realizar a quitação à vista, ou seja, em dinheiro, apontando uma pequena elevação em relação a mesma data no ano passado. Em seguida está o cartão de crédito e o de débito (veja arte acima). “As pessoas estão mais endividadas. Por isso, a preferência em pagar na hora”, aponta o economista.

 O dinheiro é a opção mais escolhida entre os consumidores que recebem até um salário-mínimo (atuais R$ 678), com 75%. Conforme a renda do trabalhador vai aumentando, maior a utilização do cartão de crédito para pagamento.

PREFERÊNCIA

 Os shoppings centers foram os locais mais citados quando a pergunta é onde comprar o presente (46,9% dos entrevistados).

 Na sequência estão comércio do centro, do bairro e internet. “Os shoppings, além de terem se expandido na região, concentram em um mesmo lugar um volume muito grande de lojas, oferecem conforto, como estacionamento, e serviços, como alimentação e entretenimento. Tudo isso soma a favor”, explica Maskio.

 O professor alerta quanto às compras on-lines. “Antes era a opção das pessoas que ganham entre dez e 15 salários-mínimos. Hoje a realidade é diferente: se concentra entre aqueles que recebem três e dez salários-mínimos (R$ 2.034 e R$ 6.780)”, enfatiza.

 Assim como já observado em pesquisas anteriores, o principal fator determinante na escolha do tipo do comércio foi a proximidade do estabelecimento à residência ou ao trabalho, seguido da diversidade de produto, conforto e, por último, preço. 

São Bernardo é o município que atrai mais compradores de outras cidades

Pessoas que residem em São Paulo, Santo André, Diadema e São Caetano preferem realizar as compras de Dia dos Pais em São Bernardo, representando 9,4%, 21%, 15,1% e 12,7% dos consumidores, respectivamente, conforme aponta a PIC (Pesquisa da Intenção de Compra) do Dia dos Pais, da Universidade Metodista.

 A mobilidade dos consumidores apresentou taxa de 29,2% na região. Ou seja, quantos compradores estão dispostos a consumir em municípios diferentes da cidade em que residem. Rio Grande da Serra (61,5%) e Ribeirão Pires (52,6%) apresentaram a maior taxa de mobilidade dos consumidores. Já São Bernardo (26%) e Diadema (18,7%) são as cidades preferidas para a realização das compras. “A inauguração de centros de compra e a localização da cidade favorece a concentração de consumidores, que buscam proximidade e conforto”, diz o coordenador da PIC, Sandro Maskio.

RANKING

 O Dia dos Pais é a quinta melhor data para o comércio, ficando atrás, pela ordem, do Natal, Dia das Mães, Dia dos Namorados e Dia das Crianças. No Dia das Mães, a projeção, por exemplo, foi de gastos de R$ 114 milhões, apontando crescimento entre 5% e 6% ante a mesma data do ano passado.