Na proposta de financiamento público democrático, as empresas não vão poder fazer doações eleitorais. Cada cidadão, disse, poderá contribuir com até um teto de um salário mínimo no financiamento aos partidos e não aos candidatos. A proposta também prevê a extinção da possibilidade de doações em dinheiro e estimula a doação por meio de repasses eletrônicos.
O representante do MCCE lembrou que, nas eleições de 2010, dos 513 deputados federais eleitos, 369 ganharam por estarem entre os que receberam maior repasse de doações privadas. Segundo ele, apenas 2% das doações foram de pessoas físicas. "As eleições brasileiras são pagas por empresas e isto está errado", criticou, ao destacar que empresas "não são titulares de direitos políticos, não exercem cidadania e visam a obter lucro".
Outra inovação da proposta seria a realização de eleições proporcionais em dois turnos, assim como já ocorre para as eleições majoritárias. No primeiro pleito, o eleitor votaria no partido e na sua lista de candidatos. Em um segundo momento, o eleitor escolheria o candidato de sua preferência a partir de dois nomes indicados pelo partido no primeiro turno. "Aí começa o processo de democratização partidária com a necessidade de haver uma votação dos filiados. As prévias serão regra e não uma opção partidária", completou.
Márlon Reis também defendeu que a campanha eleitoral na internet não seja proibida. "Com isso, nós estamos revogando as normas que se aplicam à campanha eleitoral que tutelam exageradamente a internet", disse. Segundo ele, o debate livre tem de ser feito a fim de acabar com o "medo do debate, essa herança da ditadura".
O representante do MCCE defendeu a extensão da Lei de Acesso à Informação aos partidos a fim de que as contas partidárias passem a ser acompanhadas a qualquer momento.
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