Sete meses após o término do pleito de outubro, a ex-vice-prefeita de Santo André Dinah Zekcer (PTB) reconhece falhas cometidas durante a campanha eleitoral, quando a chapa governista saiu derrotada. A líder petebista lamentou o fato de sua imagem ter sido pouco explorada na empreitada pela reeleição, alegando que a coordenação política trabalhou em massa apenas o nome do então prefeito Aidan Ravin (PTB). “Não era uma vice desconhecida”, frisou.

Dinah atuou por quatro legislaturas na Câmara e mais outro mandato no Executivo. Ao todo, foram 20 anos sem perder eleição. Petebista histórica, a empresária do ramo educacional foi considerada essencial no meio político para efetivar a virada de Aidan na corrida eleitoral de 2008. Quatro anos mais tarde e com a máquina administrativa nas mãos, a campanha naufragou. “Focaram só o prefeito quando teriam que fazer distinção, mostrando a cara dos dois (nas ruas e materiais).”

A ex-vice evitou falar em mágoa e em atritos com Aidan, embora a escolha da chapa pura em detrimento de abrir para o PSDB, como o prefeito pretendia, causou sério estremecimento na relação. “Essa opção não foi imposta. Se necessitasse eu abriria mão”, disse, negando que esse fator tenha influenciado diretamente na derrota. Com a negativa do PTB, o tucanato acertou ser vice de Raimundo Salles (PDT), que ficou em terceiro lugar com 13,4% dos votos.

Ela continua na presidência da executiva do PTB municipal. Aliás, a chapa foi reeleita em janeiro, mantendo praticamente os mesmos nomes do grupo, incluindo os quatro vereadores que compõem a bancada da sigla no Legislativo. “Me prontifiquei a fazer o trabalho de reconstrução. PTB é partido de trajetória importante. Não é agora que vamos esmorecer e largar porque perdemos (a eleição).”

Além de dirigir a faculdade da qual é proprietária, a petebista permanece com rotina política ao comparecer cotidianamente no escritório do PTB. Segundo a ex-vice, é impossível ficar longe depois de tanto tempo envolvida diretamente nesse contexto. “Não consegui me desligar da política. Quando começa não dá para parar. Acompanho nos jornais tanto o cenário nacional como local”, salientou, ao acrescentar que, por enquanto, não dá para fazer análise do governo Carlos Grana (PT). “Estão atirando até o momento.” Ela sempre foi oposição às gestões petistas.

Questionada sobre seu futuro político, Dinah evitou falar se já existe projeto de retornar às urnas em 2014 ou 2016. “Existe a possibilidade, mas não sei qual possibilidade está mais próxima. É cedo ainda para tomar posição e estou dando esse tempo para maturar (a ideia).”