Para especialista, obras viárias devem ser conciliadas com controle adequado do uso do solo
Durante apresentação na manhã de ontem do Plano Regional de Mobilidade, elaborado pelo Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, o presidente da ANTP (Associação Nacional dos Transportes Públicos), Ailton Brasiliense, afirmou que os investimentos em Mobilidade devem ser associados com o Planejamento Urbano. A exposição foi feita em Santo André durante o Fórum Paulista de Secretários e Dirigentes de Transporte e Trânsito.
Segundo Brasiliense, é preciso haver planejamento do uso do solo. "Se o poder público deixar esse crescimento solto, pode adensar uma região que não devia, que não tinha infraestrutura para suportar isso." O presidente informa que é preciso adensar a população próxima a grandes estruturas de transporte público, como corredores de ônibus e linhas metroferroviárias. "Com isso, as pessoas irão se deslocar o mínimo possível para chegar a essa rede."
O plano contratado pelo Consórcio diagnosticou necessidade de 157 intervenções viárias e no transporte coletivo, que custarão R$ 7,8 bilhões./CW O pacote já foi apresentado à ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e agora a entidade aguarda resposta do governo federal. Paralelo a isso, as prefeituras de Santo André e São Bernardo planejam construir, juntas, 25 corredores exclusivos para ônibus.
"Os projetos são bons, desde que haja integração", opina Brasiliense. As vias segregadas, na avaliação do especialista, podem contribuir para a redução das tarifas. "Quando aumenta a velocidade do ônibus, é possível reduzir a frota, mantendo o nível de conforto. Se reduz a frota, baixam os custos. Se baixar o custo, pode reduzir a tarifa. É um projeto que leva tempo para ser implantado."
A coordenadora do GT (Grupo de Trabalho) de Mobilidade do Consórcio, Andrea Brisida, concorda com Brasiliense e diz que essa discussão é feita na entidade. "Não dá para pensar a melhoria da Mobilidade se o planejamento não estiver a reboque. O cenário ideal seria a pessoa trabalhar e morar em pontos próximos.
Todo o deslocamento grande das áreas de moradia periféricas para os centros das cidades, onde há empregos, é uma coisa muito negativa que acaba causando o que a gente vive hoje."
Segundo Andrea, a concepção do plano regional levou em consideração a elaboração e a vigência dos planos diretores das cidades.
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