Até maio do ano que vem, cinco viadutos e três passarelas de Santo André passarão por serviços de manutenção e limpeza. A Prefeitura irá gastar R$ 500 mil, e o contrato deverá ser assinado na próxima semana. Apesar do investimento, não serão feitos reparos estruturais.

Passarão por manutenção partes dos viadutos e passarelas ao longo do eixo Perimetral. Os elevados para passagem de veículos são Juscelino Kubitschek, Ângelo Gaiarsa e Dr. Millo Cammarosano. Também estão incluídos os viadutos 18 do Forte, ao lado dos terminais da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e Acisa, sobre a Avenida XV de Novembro. Ambos são localizados no Centro.

Segundo a Prefeitura, as passagens receberão lavagem e pintura. Serão feitos serviços para combater a ferrugem por meio de aplicação de produtos químicos para contenção. Em alguns locais, os pontos atingidos pela corrosão serão lixados. Serão feitos também trabalhos de serralheria.

Apesar do processo de recuperação visual, não está prevista no contrato a execução de reparos nas estruturas. A Sosp (Secretaria de Obras e Serviços Públicos) garante que, caso seja detectada necessidade de manutenção estrutural durante a fase de pintura, os trabalhos de recuperação específicos serão feitos posteriormente.

O titular da Pasta, Paulinho Serra, reconhece que, nesta etapa, o objetivo é paisagístico. "A manutenção estrutural é um processo bem maior. Temos expectativa de que sejam feitas, em breve, grandes intervenções viárias. Talvez a gente inclua nesses financiamentos a recuperação e reconstrução de viadutos", destaca. Paulinho refere-se às obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade, além dos 13 corredores de ônibus em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Entre os elevados citados pelo secretário com necessidade de mudanças radicais está o Viaduto Castelo Branco, ao lado do terminal rodoviário. "Precisamos fazer com que essa via seja a transposição da Avenida dos Estados e do Rio Tamanduateí. Arrisco a dizer que esse é um dos nossos principais pontos de gargalo no trânsito da cidade", avalia.

O viaduto tem grandes necessidades de intervenções. Além de vãos largos e existência de infiltração, a via tem calçada estreita, que é tomada por buracos. Os postes são posicionados no meio do passeio, o que obriga pedestres a desviar pela faixa de rolamento. Em alguns pontos, a grade de proteção está danificada. O equipamento ficou fechado por duas semanas no ano passado para manutenção.

Pedestres pedem mais segurança nas passagens

A equipe do Diário percorreu ontem as passarelas da Avenida Perimetral para verificar as condições. Pedestres que precisam utilizar a via com frequência alegam que o pior problema é a falta de segurança.

A operadora de caixa Laudicéia Medeiros da Silva Gomes, 49 anos, diz que tem medo de cruzar a passarela em frente à Coop. "Depois que fui assaltada, não venho mais aqui sozinha, muito menos à noite."

Laudicéia relata que os assaltos são frequentes. "Na semana passada, vi uma pessoa que seria assaltada. A sorte é que tinha mais gente passando e o menino desistiu do crime. Eles ficam escondidos na curva do fim da passarela, só esperando alguém passar."

A passagem Luis Melito, sobre a mesma avenida, é mais problemática. Por ser coberta, concentra moradores de rua que dormem no local. "Alguns não têm educação. Agora mesmo (ontem), quando estava passando por aqui, vi um homem fazendo xixi", reclama a dona de casa Vera Lúcia Pasccoff, 59. Ela diz passar por lá apenas enquanto há luz solar.

Já o aposentado Fernando Silva, 75, acha que a passarela não é um dos principais problemas da cidade. "Tem lugares que são muito piores, como os viadutos que cortam a avenida. Lá, sim, a Prefeitura deveria se preocupar e arrumar. Aqui dá para passar sem problemas", garante. (Guilherme Monfardini)