Márcio Bernardes Titulo
O que aconteceu?

O primeiro tempo da Seleção Brasileira foi quase perfeito. Faltou marcar mais gols nas chances que surgiram. E sobrou o azar de estar apitando um japo

Especial para o Diário
03/07/2010 | 00:00
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O primeiro tempo da Seleção Brasileira foi quase perfeito. Faltou marcar mais gols nas chances que surgiram. E sobrou o azar de estar apitando um japonês permissivo, que assistiu de camarote a defesa holandesa bater muito e não tomou providências.

Além do árbitro, falhou também o auxiliar coreano que invalidou o primeiro gol de Robinho aos sete minutos. Ele não estava impedido e assim o Brasil foi prejudicado.

No intervalo de jogo era possível fazer planos para Cape Town, onde será realizada uma das semifinais. Afinal, a Seleção jogava tão bem que não havia espaço para pessimistas.

Começou o segundo tempo e o que se viu foi outro jogo. A Holanda se ofereceu para jogar, empatou logo aos sete minutos, numa falha lastimável de Júlio César. Goleiro quando sai do gol é para pegar ou espalmar a bola. Ele não fez nem uma coisa nem outra.

A partir daí o Brasil perdeu a cabeça. E não se consegue uma explicação convincente para jogadores tão experientes jogarem daquela forma. Nervosos, sem domínio da situação e completamente abilolados.
Veio o segundo gol holandês, outra vez com falha coletiva, desta vez da defesa toda. Quando se esperava pelo talento de Robinho e Kaká, quem brilhava era Sneijder.

Para piorar, aos 28 minutos Felipe Melo faz aquilo que todos temiam a Copa inteira: deu uma dura entrada no adversário e foi expulso de campo.

O que se viu a partir daí foi um desespero só e a Holanda perdendo chances e mais chances de ampliar o marcador.

Futebol é assim. Perdeu o melhor. No primeiro tempo! Precisa avisar aos jogadores brasileiros que pela regra, o futebol tem dois tempos.

Bastidores

A Seleção Brasileira não jogava com o uniforme azul desde 2002. Naquela tarde em Shyizuoka vencemos a Inglaterra por 2 a 1, de virada. Contra a Holanda, em 1994, uma tarde quente de Dallas, vencemos por 3 a 2 também jogando com as camisas azuis. Só havíamos perdido uma vez na história jogando de azul; para a Holanda em 1974, na Alemanha.

Essa história de que o passionalismo com seleção nacional só acontece no Brasil é pura cascata. Italianos, ingleses e franceses, que fizeram péssima campanha na África, chegaram a seus países e foram execrados pelos torcedores. Já os chilenos, fizeram festa na recepção no aeroporto.

A Embaixada Brasileira ajuda na festa que o Comitê Organizador da Copa de 2014 realizará em Joanesburgo no dia 8. Lula e alguns ministros estarão. O presidente aproveitará para assistir a final do dia 11. Tem político que não gosta disso, porque tem receio de ser apontado pé-quente ou pé-frio.

A iniciativa da Fifa merece elogios. A campanha contra o racismo, especialmente em um país como o que sedia a Copa. Aproveitando a exposição mundial do evento a entidade está pregando que qualquer tipo de discriminação racial, sexual e de qualquer espécie é intolerável. É isso mesmo!

Toque final

O Nelson Mandela Bay é um dos mais lindos estádios que conheci. Tem capacidade para 42.486 espectadores. Sua construção, especialmente para o Mundial, custou US$ 159 milhões, cerca de R$ 300 milhões. No total, foram jogadas sete partidas. A decisão de terceiro e quarto lugares também será aqui.

Os cidadãos de Porto Elizabete estão preocupados, porque o estádio pode virar um elefante branco. É que poderia ser usado também para jogos de rúgbi, mas sua concepção foi feita para o futebol, o que tem várias diferenças arquitetônicas. Assim não sabe o que farão com ele.

Na cidade existe um time de futebol profissional, o Bay United. Mas está em situação de falência. Sua patente foi vendida para um grupo de investidores de fora da cidade. Há uma grande dúvida sobre o futuro da equipe e principalmente se ela será levada para uma outra região.

O estádio pode ser mais um triste legado desta Copa. Mais ou menos o que aconteceu com o Estádio João Havelange.




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