O guarda civil municipal de Ribeirão Pires Emerson Torres Amante, que aparece em vídeo descarregando espuma de extintor de incêndio contra um morador de rua deficiente mental, é acusado de ter participado do grupo que recolheu nove mendigos no Centro da cidade e os abandonou em Campinas, no Interior, em novembro de 2007.

Pela declaração dos moradores de rua no inquérito instaurado pela Delegacia Sede de Ribeirão Pires para apurar a denúncia, guardas municipais sem farda teriam agido a mando da Secretaria de Promoção Social para promover uma faxina nas ruas centrais.

Para auxiliar no trabalho de identificação dos suspeitos, em dezembro de 2007, um arquivo com fotos dos guardas foi disponibilizado para as testemunhas. Dos nove moradores de rua ouvidos pela polícia, um reconheceu Emerson.

Na etapa seguinte da investigação, os integrantes da corporação foram levados à delegacia para reconhecimento pessoal. Desta vez, além da confirmação da primeira testemunha que havia identificado Emerson pelo retrato, outros dois mendigos apontaram o guarda como um dos cinco homens responsáveis por organizar a viagem.

No relato em juízo, os mendigos contam que foram abordados com a promessa de que seriam levados para um albergue. Por esse motivo, não lhes foi permitido pegar qualquer cobertor ou pertence pessoal.

Segundo os depoimentos, Emerson estava na companhia de outro guarda na van que transportou e abandonou os andarilhos na Rodovia dos Bandeirantes, em Campinas. Durante a viagem, a van teria sido escoltada por um veículo de passeio onde estariam outros três guardas.

O inquérito que apura o crime ainda está em andamento. Apesar de o reconhecimento feito pelos moradores de rua, até ontem a Polícia Civil não havia colhido o depoimento de nenhum dos guardas acusados pelos mendigos. O delegado Roberto Borges dos Santos disse que não ouviu os suspeitos porque estaria colhendo provas. Questionado sobre a demora, Santos afirmou que fará os depoimentos na próxima semana.