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PSDB confirma
Maridite à Prefeitura

Tucanos de Diadema apostam em mulher de José Augusto;
o ex-deputado estadual tenta agora uma vaga na Câmara

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
06/07/2012 | 07:55
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A ex-vereadora Maridite Cristóvão de Oliveira (PSDB) será a candidata do PSDB à Prefeitura de Diadema. Ela assume o projeto antes encabeçado por seu marido, o ex-deputado estadual José Augusto da Silva Ramos, que neste ano brigará por cadeira na Câmara.

A confirmação foi feita ontem pelo presidente do PSDB diademense, vereador José Dourado. A movimentação pela troca na cabeça de chapa foi adiantada ontem pelo Diário.

Maridite terá como companheira de chapa Isabel Cristina Rosa (PSDB), professora da rede pública há 30 anos. A docente debutará em campanhas eleitorais, enquanto Maridite é conhecida no meio político de Diadema: foi duas vezes vereadora, entre 1997 e 2004, e comandou a Secretaria de Saúde de 1989 a 1996. Atualmente, é diretora do Hospital Geral de São Mateus, na Capital.

Será a primeira vez em 16 anos que José Augusto não concorrerá ao comando do Parque do Paço. Na eleição de 1992, o atual tucano esteve fora da corrida eleitoral por ser prefeito à ocasião e não haver reeleição. Ainda no PT, indicou seu secretário de Obras, José de Filippi Júnior (PT), que venceu Eliete Menezes (PSB).

Desde então, o ex-deputado era figura carimbada no pleito para a Prefeitura. Concorreu em 1996, pelo PT, e perdeu para Gilson Menezes (PSB). Disputou em 2000, pelo PPS, e foi derrotado por Filippi. No PSDB, brigou pelo Executivo em 2004 e 2008. Foi batido novamente por Filippi e, depois, por Mário Reali (PT), ainda no primeiro turno.

"Um homem que tem a história política dele na cidade abrir mão de ser candidato a prefeito tem hombridade. Soube que o melhor para o partido nesse momento é vir como vereador e deixar a Maridite disputar a Prefeitura", resumiu Dourado. Além das derrotas ao Paço, o tucano foi deputado federal e duas vezes parlamentar estadual.

A estratégia foi adotada após recusa do PMN em indicar o vice para José Augusto. A sigla nanica optou por lançar o humorista Edvan Rodrigues de Souza, o Buiú (PMN), ao Paço, forçando mudanças no ninho tucano.

Relutante em participar da eleição por compromissos particulares, Maridite foi escolhida por capitalizar votos do marido sem trazer tanta rejeição. Ela é considerada de perfil sereno e com bom trânsito no PT, o que evitaria ataques durante a campanha. Além disso, traz o mote feminino para as eleições, ponto fraco da chapa governista, encabeçada por Reali e composta por Gilson Menezes (PSB).

Na eleição para vereança, a opção por lançar José Augusto é apostar no recall eleitoral do cacique tucano para catapultar a chapa de candidatos a vereador do PSDB. Na convenção de sábado, o partido havia homologado somente 11 nomes. Ontem, referendou mais oito postulantes. O objetivo é, com a votação expressiva de José Augusto, fazer ao menos três cadeiras no Legislativo de Diadema.

 

Chapa será a primeira 100% feminina da história da região

 

A formação da chapa entre Maridite Cristóvão de Oliveira (PSDB) e Isabel Cristina Rosa (PSDB) será a primeira dobrada totalmente feminina na história política do Grande ABC. A mulher do ex-deputado estadual José Augusto da Silva Ramos (PSDB) será a quarta candidata a prefeita de Diadema.

Antes de Maridite, a atual vereadora Marion Magali de Oliveira (PPL) concorreu ao Paço pelo MDB em 1976. Ficou na segunda posição, com 8.435 votos, atrás somente de Lauro Michels, também do MDB. Marion disputou o Executivo seis anos depois, já no PTB. Perdeu para Gilson Menezes, primeiro prefeito eleito pelo PT - hoje ele está no PSB. Ela recebeu 14.155 adesões ante 23.310 votos de Gilson.

A segunda mulher a brigar pelo comando do Parque do Paço foi Eliete Menezes, ex-mulher do atual vice-prefeito de Diadema. Ela concorreu à Prefeitura, em 1992, quando teve de assumir a chapa devido à impugnação da candidatura de Gilson, que teve contas rejeitadas em seu mandato pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) pela Câmara. Angariou 47.335 votos, somente 3.033 a menos que José de Filippi Júnior (PT), eleito prefeito.

Outra mulher a pleitear a Prefeitura foi a atual deputada estadual Regina Gonçalves (PV). Vice-prefeita da segunda gestão de Gilson, rompeu com o socialista e lançou empreitada solo. Conquistou 6.898 votos e ajudou a dividir a votação do grupo governista, fato que tirou Gilson até do segundo turno daquela eleição.

No Grande ABC, Maridite é a quinta mulher candidata a prefeita neste ano. Além da tucana, brigam pelo comando das administrações municipais Regina Maura Zetone (PTB - São Caetano), Vanessa Damo (PMDB - Mauá), Maria Inês Soares (PT - Ribeirão Pires), e Lígia Gomes (PSTU - São Bernardo). É a maior representação feminina na eleição para prefeito na história política da região.

 

 




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