Em um comunicado, o Copom justificou a medida pelos "recentes aumentos de preços e a piora da expectativa de inflação decorrentes principalmente da depreciação acentuada do câmbio".
O último aumento na taxa de juros ocorreu em junho do ano passado, durante uma reunião mensal do comitê. Na ocasião, a taxa passou de 18,25% para 19% ao ano.
A reunião desta segunda foi a terceira realizada em caráter extraordinário na história do Copom. O encontro foi promovido por meio de conferência telefônica, já que o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e outros três membros do grupo não estavam em Brasília.
O primeiro encontro extraordinário aconteceu em 1997, durante a crise asiática, e o segundo em 1998, na crise russa. Nas duas oportunidades, o Copom elevou significativamente a taxa de juros.
O Banco Central informou que a reunião ordinária do Copom está mantida para os próximos dias 22 e 23 de outubro, terça e quarta-feira da próxima semana. A ata desta segunda será divulgada também na semana que vem, em data que ainda deverá ser anunciada.
Câmbio — Junto com o aumento da taxa básica de juros, o Banco Central promove uma série de medidas com o objetivo de segurar a cotação da moeda norte-americana e acalmar os ânimos no mercado interno.
Na última sexta-feira, a autoridade monetária aumentou o compulsório (dinheiro que os bancos são obrigados a recolher e repassar ao BC) para depósitos à vista e a prazo de 3% para 8%. No caso da poupança, o aumento foi de 5% para 10%. Para alguns analistas, a medida força o aumento da taxa de juros.
Além disso, a instituição reduziu o limite máximo da exposição dos bancos em câmbio para 30% e aumentou a exigência do capital próprio em reais para operações no câmbio para 100%.
Todas essas mudanças, inclusive o aumento dos juros, têm o objetivo de tirar a liquidez (dinheiro disponível) dos especuladores, evitando, assim, que eles atuem de forma forte no mercado de câmbio, elevando a cotação da moeda norte-americana. Assim, o reajuste da Selic pode ser considerado como uma medida complementar do pacote anunciado na sexta-feira.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), as projeções das taxas de juros futuros para janeiro, as mais negociadas, atingiram o limite máximo de 23,28% ao ano, alta de 7,77% em relação ao último fechamento.
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