O embaixador do Brasil na Tailândia, Marco Antônio Diniz, confirmou nesta terça-feira as mortes da diplomata carioca Lys Amayo de Benedek D'Avola e do filho dela, Gianluca Mário, de 10 anos, em conseqüência das ondas gigantes ('tsunamis') que abalaram 13 países do sul da Ásia e da África após o quinto mais forte terremoto desde 1900. Lys Amayo e o garoto são as primeiras vítimas brasileiras da tragédia, que matou mais de 55 mil pessoas. As missões diplomáticas no sul da Ásia apuram se há outros brasileiros em situação de dificuldades.

A diplomata, o marido e o filho passeavam pela ilha turística de Phi Phi – palco do filme A Praia, com Leonardo DiCaprio – quando foram surpreendidos pela tsunami, no domingo passado. O marido de Lys Amayo, Antonio D'Avola, um cidadão italiano, sobreviveu à tragédia e está internado num hospital da região de Phuket. A filha do casal, Thais, 20 anos, que decidiu não participar do passeio e ficou no hotel, sobreviveu e não está ferida.

Filha da atriz Teresa Amayo, Lys Amayo era a primeira-secretária da embaixada brasileira em Bangcoc, onde estava lotada há cerca de dois anos.

"A minha filha muito querida... O meu netinho... Dizem que a gente deve agradecer a Deus. E eu, de certo modo, agradeço, porque a minha neta se salvou", declarou Teresa nesta terça-feira, numa emocionada entrevista coletiva, concedida no Rio de Janeiro (onde ela mora).

A atriz disse que vai viajar para a Tailândia, apesar de ter sido desencorajada pela neta. Teresa contou que Thais, por telefone, relatou que o cenário no país asiático é desolador. O Itamaraty providenciou passagem para Teresa embarcar para Bangcoc – cidade onde Thais está – ainda nesta terça à noite.

A mãe disse que a família ainda não decidiu se os corpos de Lys e Gianluca serão enterrados no Brasil. Mas ela observou que a filha desejava voltar a viver no país. "E ela estava tão perto de realizar esse sonho", lamentou.

O Itamaraty disponibilizou os telefones 0xx61 9976-8205 e 0xx61 411-6999 para dar informações a brasileiros que têm parentes no sul da Ásia. Na região afetada pelas tsunamis, a diplomacia brasileira reforçou o número de funcionários para dar apoio aos turistas que precisarem de ajuda.