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Militares israelenses se recusam a enfrentar palestinos
Das Agências
20/03/2002 | 11:28
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O número de militares e cidadãos israelense que se recusam a prestar serviço militar em territórios palestinos ocupados não para de crescer. O movimento que antes contava com 52 reservistas, chegou a 331 militares, mesmo com as pressões políticas, ameaças do estado-maior e penas de prisão a que se arriscam os israelenses.

"Somos 331 militares e a lista de apoio assinada por cidadãos inclui 7 mil nomes", afirmou Amit Meshiah, um dos responsáveis pelo movimento, que deseja chegar às 500 assinaturas de militares.

Tudo começou quando 52 oficiais e soldados de reserva anunciaram, no dia 26 de janeiro, que se opunham a partir de então a servir nos territórios palestinos. “Não continuaremos lutando além da linha verde (que separa Israel da Cisjordânia) com o objetivo de oprimir, expulsar, matar de fome e humilhar um povo inteiro” dizia o primeiro comunicado dos rebeldes.

Rodeado de outros 'insubmissos', Amit Meshiah se encontrou nesta quarta-feira com vários interlocutores no café Massaryk, em Tel Aviv. O militar desmentiu as afirmações do chefe do Estado-maior israelense, o general Shaul Mofaz, segundo o qual “vários daqueles que assinaram aquele comunicado se arrependeram e estão dispostos a servir” de novo nos territórios.

O líder do movimento afirmou que se uniram ao grupo “novos membros e o fato de que cinco dos signatários estejam na prisão só dá mais força à nossa decisão”, afirmou o oficial de reserva de 30 anos, estudante da universidade de Tel Aviv.

No total, treze militares, da ativa ou da reserva, foram presos por negar-se a servir na Cisjordânia e na Faixa de Gaza desde o início do ano, segundo a organização Novo Perfil, que luta contra a “militarização” da sociedade israelense. Todos os jovens israelenses, homens e mulheres, devem servir ao exército do país por no mínimo dois anos.

“Desde que publicamos nossa primeira carta, o Exército israelense multiplicou as violações dos direitos humanos em suas ofensivas, o que ainda nos dá mais razões para continuar nossa luta”, afirmou Meshiah, referindo-se às operações de ocupação das últimas semanas nos territórios palestinos.

Uma pesquisa recente indica que 25% dos judeus israelenses estão de acordo com a rebelião dos militares e a consideram “moralmente justa”. Um ex-dirigente dos serviços de segurança interna de Israel, o almirante da reserva Ami Ayalon, surpreendeu o país ao dar todo seu apoio em fevereiro aos soldados insubmissos.

“Há muitos soldados que se negam hoje em dia a obedecer ordens ilegais, como por exemplo disparar contra uma criança indefesa. Estou preocupado com o número de menores palestinos assassinados no último ano”, disse Ayalon.

Entretanto, o chefe dos serviços de Educação do Exército, o general Eliezer Stern, denunciou esta rebelião, assegurando que os insubmissos já não têm lugar no Exército de Israel, que, segundo ele, a cada dia registra mais "solicitações de voluntários" para incorporar-se à luta.




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